2011-04-30 12:46:44

DOM VILSON DIAS E A RECORDAÇÃO DE JPII


Limeira, 30 abr (RV) - Neste dia 1 de maio a Igreja toda volta o olhar para o Vaticano. A data marca a celebração de beatificação do saudoso Papa João Paulo II, que governou a Igreja por 27 anos (1978-2005).

Karol Józef Wojtyla nasceu em Wadowice, na Polônia, no dia 18 de maio de 1920. Ainda jovem estudante viveu num contexto político sofrido para seu povo, sobretudo pela presença do nazismo e, posteriormente, do comunismo. Gostava de arte, literatura e filosofia. Estudou em um seminário clandestino (por causa das inúmeras perseguições contra a Igreja e o clero) e ordenou-se sacerdote. Ainda jovem foi nomeado bispo e, posteriormente criado cardeal da Santa Igreja. Era um homem de grande força e influência por onde passava, sobretudo entre os jovens. Mas também uma figura que, com serenidade e firmeza ao mesmo tempo, questionava a realidade que o circundava.

Em 1978, com a morte do Papa João Paulo I, vítima de um ataque cardíaco apenas 33 dias após sua eleição, foi eleito papa o Cardeal Karol J. Wojtyla, que adotou o mesmo nome de seu antecessor no trono de Pedro.

Havia séculos que a Igreja não tinha um papa de outra nacionalidade que não italiana. O novo papa polonês, relativamente jovem (58 anos), poliglota e filósofo, surpreendeu o mundo com a força de suas palavras e a segurança em suas posturas. Jovial, próximo do povo, não demonstrou medo diante dos desafios que se lhe apresentavam, embora ele mesmo, em sua primeira aparição pública na janela da basílica vaticana, confessou diante da multidão reunida para conhecer o novo papa, que teve medo de assumir esta função, mas que se confiava em Deus e na intercessão da Virgem Maria. Isto, aliás, ele fez questão de expressar em seu lema: “Totus Tuus” (sou todo teu).

Uma das grandes marcas do Papa João Paulo II é o grande número de peregrinações. Foi um dos líderes que mais viajou na história, tendo visitado 129 países durante o seu pontificado. Sabia falar os seguintes idiomas: italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além de polonês, sua língua nativa

Muitos países receberam sua visita mais de uma vez, como o Brasil, por exemplo, (3 vezes). Por esta razão ficou conhecido como “papa peregrino”, que andava pelos continentes atraindo multidões que ouviam suas palavras, sempre claras, sobretudo quando a questão era a promoção da paz e a defesa da vida diante de ameaças como as guerras, o abordo, a máfia, dentro outros.

Como parte de sua ênfase especial na vocação universal à santidade, beatificou 1 340 pessoas e canonizou 483 santos, quantidade maior que todos os seus predecessores juntos pelos cinco séculos passados.

Tinha o desafio de conduzir a Igreja para o século XXI, com a grande celebração jubilar do ano 2000. Mesmo já fragilizado no corpo, que trazia as marcas de um atentado sofrido no início da década de 80, ele cumpriu sua missão e, em meio a sofrimentos pessoais, nunca perdeu a firmeza em suas posturas e as chances de testemunhar sua fé. Aliás, esta é uma das tarefas que mais compete ao sucessor de Pedro: confirmar na fé seus irmãos!

Este grande papa, João Paulo II, morreu no dia 2 de abril de 2005, após serena agonia em seu quarto, no paládio apostólico. O mundo “parou” para despedir-se dele e para reconhecer seus méritos. Grande multidão se dirigiu para o Vaticano durante seus funerais, incluindo representantes de diferentes religiões, chefes de estado e outros.

A beatificação de João Paulo II, em pouquíssimo tempo após sua morte, vem atender à aclamação expressa espontaneamente pelo povo em seus funerais, presididos pelo então decano do colégio cardinalício, Cardeal Josef Ratzinger, hoje Papa Bento XVI: “Santo Súbito” (Santo já).

O próprio sucessor de João Paulo II, o Papa Bento XVI, com a Cúria Romana, se fizeram sensíveis àquilo que a multidão expressava e pedia. Iniciou-se o processo, que consta inclusive de uma cura alcançada por uma religiosa após invocar a intercessão do servo de Deus.

Concluída estas etapas, neste dia 1º de maio de 2011, às 10h00 (horário de Roma), o Papa João Paulo II será proclamado beato, podendo ser venerado pelo povo. A data coincide com o 2º domingo do Tempo da Páscoa, o assim chamado “Domingo da Divina Misericórdia”. Também será rezado o Terço da Divina Misericórdia com o canto “Jezu ufam Tobie”, que significa: “Jesus confio em vós”. Esta devoção foi introduzida por Santa Faustina Kowalska, sua conterrânea, e era muito apreciada por João Paulo II.

Com a beatificação, será instituída uma Memória Litúrgica do Beato João Paulo II, para a Diocese de Roma e dioceses da Polônia, seu país de origem.

Que o testemunho dado por João Paulo II nos ajude a, como ele, sermos fervorosos e incansáveis servos de Deus, pela oração, pelas palavras e pelas atitudes diante da realidade que nos cerca, mesmo que em meio a dificuldades e sofrimentos. Movidos exemplo de força e santidade deste homem contemporâneo, que nossas comunidades se animem a serem cada vez mais fiéis ao Cristo, Senhor e Mestre, e cumprir no dia-a-dia a missão da Igreja: evangelizar.

Cristo é a nossa paz! Forte e fraterno abraço a todos!


Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira/SP








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