Cidade do Vaticano, 28 abr (RV) - Quando em 2 de abril de 2005 foi noticiada
a morte de João Paulo II, uma forte onda de comoção tomou conta grande parte do mundo.
A multidão na Praça São Pedro e as multidões diante da televisão uniram-se idealmente
mediante as orações e as lágrimas por um Papa amado e respeitado também por muitos
não-fiéis.
Como sempre, o falecimento de uma pessoa querida evoca gestos e
palavras que marcaram a sua vida; recordações que chegam a consolar a perda. Foram
muitas as palavras que João Paulo II deixou impressas nos corações de quem o ouviu,
e que certamente foram recordadas a partir daquele 2 de abril de seis anos atrás.
Aproveitamos a proximidade da Beatificação do Papa Wojtyla para recordar algumas dessas
palavras:
Praça São Pedro, 2 de abril de 2005, alguns minutos após as 22h.
Milhares de pessoas recitavam juntas a oração em favor do Papa que acabara de voltar
para casa do Pai, mas cada coração era um campo de batalha solitário: João Paulo II
havia nos deixado. Depois, gradualmente, afloravam as recordações e o Papa Wojtyla
voltava a falar ao nosso coração, a lenir as dores da perda:
"Irmãos e Irmãs!
Não tenham medo de acolher Cristo! (...) Não tenham medo! Cristo sabe "o que há dentro
do homem". Somente Ele o sabe!"
E com Ele sabe também Ela, sua Mãe: da
qual Karol Wojtyla se disse "todo seu", e com quem gostaria que o mundo inteiro aprendesse
a ter confidência. Porque não há dor que uma Mãe como Ela não saiba aliviar. Porque
o Filho pregado na Cruz a elegeu Mãe de quem quer que carregue uma cruz ou a despreze:
"Para
aproximar até mesmo aqueles que opõem maior resistência, para os quais é mais difícil
acreditar no amor; que consideram o mundo como um grande polígono "de luta de todos
contra todos" (...) Para aproximar todos – ou seja, cada um – a seu Filho. Para revelar
o primado do amor na história do homem. Para anunciar a vitória final do amor."
Agora
o véu das lágrimas se recompõe. A memória daquela voz se multiplica, preenche impetuosamente
o vazio da ausência, como um rio que torna a encher um leito antigo e árido:
"Se
a sua fé dorme em seu coração, Cristo dorme de certo modo em seu barco, porque Cristo
por meio da fé habita em você. Quando você começar a sentir-se inquieto, desperte
Cristo que dorme; desperte a sua fé, e saiba que Ele não o abandona." (RL)