João Paulo II, um pontificado de recordes e curiosidades
(26/4/2011) Os 26 anos e meio de Pontificado de João Paulo II, entre 1978 e 2005,
estão marcados pelos números mais surpreendentes e muitas “primeiras vezes” históricas. Além
de ter sido o primeiro Papa polaco, o futuro beato foi o primeiro oriundo de um país
comunista, numa altura em que ainda existia a “cortina de ferro” na Europa. Foi
o primeiro Papa a repetir nomes dos seus dois imediatos predecessores e o único a
ter sido atingido a tiro na rua. No Natal, costumava oferecer aos amigos, cardeais
e todos os trabalhadores no Vaticano uma garrafa de vinho e um pão doce de limão com
passas. Ia confessar em todas as sextas-feiras Santas na basílica de São Pedro,
batizava na sua capela privada os filhos dos seus amigos ou dos seus mais modestos
colaboradores e casou um serralheiro com uma mecanógrafa. João Paulo II realizou
três exorcismos durante o pontificado, sendo o mais conhecido o realizado a uma jovem,
em 1982, que se mostrou muito agitada durante a audiência geral. No dia 13 de abril
de 1986, o Papa polaco realizou um gesto histórico ao visitar a sinagoga de Roma,
e foi o primeiro Papa a ter rezado numa Mesquita, na Síria. Pediu perdão pelas
faltas humanas cometidas pela Igreja Católica numa intervenção a 12 de março de 2000,
ano do Jubileu. O Papa Wojtyla recebeu no Vaticano uma delegação oficial da Igreja
Ortodoxa da Grécia, a primeira desde o cisma de 1054. Em agosto de 2002, celebrou
uma Missa em Cracóvia que reuniu 2 milhões de fiéis, considerada a maior de sempre. João
Paulo II proclamou 1338 beatos e canonizou 482 santos, mais do que em todos os pontificados
desde a criação da Congregação dos Ritos (hoje Congregação para as Causas dos Santos),
em 1588. Teve o terceiro maior pontificado da historia, durante o qual realizou
104 viagens apostólicas fora da Itália, a que se juntam 146 nesse país: visitou 129
países diferentes e mais de mil cidades, num total de quase 1300 quilómetros percorridos,
suficientes para mais de três viagens entre a terra e a lua e 29 voltas à terra. Nestas
viagens pronunciou 3288 discursos e esteve fora do Vaticano um total de dias correspondentes
a dois anos e três meses. Escreveu 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11
constituições apostólicas, 46 cartas apostólicas. O falecido Papa encontrou-se
com 17,5 milhões de pessoas em 1164 audiências semanais; mais de mil chefes de Estado
e de Governo passaram pelo Vaticano.