APÓS A MISSA PASCAL, A MENSAGEM E A BENÇÃO URBI ET ORBI DO PAPA: "A RESSURREIÇÃO DE
CRISTO DÁ FORÇA E SIGNIFICADO A CADA ESPERANÇA HUMANA"
Cidade do Vaticano, 24 abr (RV) – Após presidir a Missa Pascal, Bento XVI,
ao meio dia deste domingo, subiu ao balcão central da Basílica de São Pedro, de onde
proferiu a sua mensagem de Páscoa. Dirigindo-se a todos os milhares de fiéis e peregrinos
presentes na praça diante da Basílica, e também a todos os fiéis do mundo, o Papa
iniciou: “A manhã de Páscoa trouxe-nos este anúncio antigo e sempre novo: Cristo ressuscitou!”
- do que se seguiu um animado aplauso dos presentes. E assim, o Santo Padre continuou:
“o eco deste acontecimento, que partiu de Jerusalém há vinte séculos, continua a ressoar
na Igreja, que traz viva no coração a fé vibrante de Maria, a Mãe de Jesus, a fé de
Madalena e das primeiras mulheres que viram o sepulcro vazio, a fé de Pedro e dos
outros Apóstolos”.
O Pontífice seguiu sua mensagem explicando que “a ressurreição
de Cristo não é fruto de uma especulação, de uma experiência mística: é um acontecimento,
que ultrapassa certamente a história, mas verifica-se num momento concreto da história
e deixa nela uma marca indelével. A luz, que encandeou os guardas de sentinela ao
sepulcro de Jesus, atravessou o tempo e o espaço. É uma luz diferente, divina, que
fendeu as trevas da morte e trouxe ao mundo o esplendor de Deus, o esplendor da Verdade
e do Bem”.
Nas palavras do Santo Padre: “a Ressurreição de Cristo dá força
e significado a cada esperança humana, a cada expectativa, desejo, projeto. Por isso,
hoje, o universo inteiro se alegra, implicado na primavera da humanidade, que se faz
intérprete do tácito hino de louvor da criação. O aleluia pascal, que ressoa na Igreja
peregrina no mundo, exprime a exultação silenciosa do universo e sobretudo o anseio
de cada alma humana aberta sinceramente a Deus, mais ainda, agradecida pela sua infinita
bondade, beleza e verdade”.
Bento XVI falou então sobre as situações de miséria,
fome, doenças, violência e guerra, que contrastam com o aleluia pascal, mas que, devemos
lembrar, que para a redenção da nossa história também de hoje Cristo foi crucificado
e ressuscitou. Recordou em seguida os povos do Oriente Médio, invocando para estes
“a luz da paz e da dignidade humana”, que “vença as trevas da divisão, do ódio e das
violências”. “Na Líbia – disse o Pontífice -, que as armas cedam o lugar à diplomacia
e ao diálogo e se favoreça o acesso das ajudas humanitárias a quantos sofrem as consequências
da luta. Nos países da África do Norte e do Oriente Médio, que todos os cidadãos –
e de modo particular os jovens – se esforcem por promover o bem comum e construir
um sociedade, onde a pobreza seja vencida e cada decisão política seja inspirada pelo
respeito da pessoa humana. A tantos migrantes e refugiados, que provêm de diversos
países africanos e se vêem forçados a deixar os afetos dos seus entes mais queridos,
chegue a solidariedade de todos; os homens de boa vontade sintam-se inspirados a abrir
o coração ao acolhimento, para que se torne possível, de maneira solidária e concorde,
acudir às necessidades prementes de tantos irmãos; a quantos se prodigalizam com generosos
esforços e dão exemplares testemunhos nesta linha chegue o nosso conforto e apreço.”
Continuou
auspiciando que “possa recompor-se a convivência civil entre as populações da Costa
do Marfim, onde é urgente empreender um caminho de reconciliação e perdão, para curar
as feridas profundas causadas pelas recentes violências”. Fez especial menção ainda
ao Japão e aos demais países que, nos meses passados, passaram por calamidades naturais.
E encerrando sua mensagem deste domingo de Páscoa, o Papa disse: “Cristo ressuscitado
caminha à nossa frente para os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21, 1), onde finalmente
viveremos todos como uma única família, filhos do mesmo Pai. Ele está conosco até
ao fim dos tempos. Sigamos as suas pegadas, neste mundo ferido, cantando o aleluia.
No nosso coração, há alegria e sofrimento; na nossa face, sorrisos e lágrimas. A nossa
realidade terrena é assim. Mas Cristo ressuscitou, está vivo e caminha conosco. Por
isso, cantamos e caminhamos, fiéis ao nosso compromisso neste mundo, com o olhar voltado
para o Céu.”
Após a mensagem, o Santo Padre fez a saudação de Páscoa aos fiéis
e peregrinos em 60 diferentes idiomas, entre os quais, português. Em seguida aos votos
de Boa Páscoa, o Papa concedeu a todos a Benção Urbi et Orbi. (ED)