Brasília, 21 abr (RV) - Além dos 51 anos de nossa capital, hoje o Brasil festeja
o Dia de Tiradentes, em comemoração a Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência
Mineira, patrono cívico e herói nacional.
Dentista, tropeiro, minerador, comerciante,
militar e ativista político brasileiro, nasceu em São João Del Rei, Minas Gerais,
no ano de 1746, e morreu no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792.
Tiradentes
ficou órfão de mãe aos nove anos de idade, perdeu o pai aos onze anos e foi criado
pelo padrinho na cidade de Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto.
O apelido
de Tiradentes veio da profissão de dentista que exercera com muita responsabilidade,
mas o ofício que mais lhe promoveu foi o de soldado e integrante do movimento da Inconfidência
Mineira.
A Inconfidência Mineira buscava a autonomia da província; um governo
republicano; visava tornar São João Del Rei a capital, conseguir a libertação dos
escravos nascidos no Brasil e iniciar a implantação da primeira universidade da região.
O
movimento de libertação do Brasil diante da monarquia portuguesa se prolongou por
longos anos no final do século XVIII. Ouro e pedras preciosas eram a riqueza da cidade
de Vila Rica e os portugueses se apossavam dessas matérias-primas e as comercializavam
pelos países europeus, fazendo fortunas.
O reinado de Portugal no Brasil cobrava
impostos caríssimos (o quinto) e a população decidiu se libertar das imposições do
governo português. Com o fortalecimento das ideias contra os portugueses, surgiu a
Inconfidência Mineira.
Durante o movimento, as notícias de que os inconfidentes
tentariam derrubar o governo de Portugal chegaram aos ouvidos da rainha que decretou
a sua prisão. Para defender seus amigos, Tiradentes assumiu toda a responsabilidade
pelo movimento e foi condenado à morte. O governo exibiu em praça pública o sofrimento
de Tiradentes, a fim de inibir a população de fazer manifestos que apresentassem ideologias
diferentes.
Na manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu
em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia
pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral transformou aquela numa demonstração
de força da coroa portuguesa, fazendo uma verdadeira encenação. A leitura da sentença
estendeu-se por dezoito horas.
Executado e esquartejado e com seu sangue se
lavrou a certidão de cumprimento da sentença. Sua cabeça foi erguida em um poste em
Vila Rica e os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo:
Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do
Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares
onde fizera seus discursos revolucionários.
A cidade mineira de Tiradentes,
ex Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem. (CM)