2011-04-21 12:09:24

BENTO XVI: SACERDOTES, RENOVEM O SIM AO CHAMADO DE DEUS


Cidade do Vaticano, 21 abr (RV) - Bento XVI presidiu a Missa do Crisma, na manhã desta Quinta-Feira Santa, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em sua homilia, o pontífice ressaltou que o centro da liturgia da manhã de hoje é a bênção dos Santos Óleos, ou seja, os óleos para a unção dos catecúmenos, para a unção dos enfermos e o óleo do crisma que serão utilizados nos Sacramentos que conferem o Espírito Santo, ou seja, a Confirmação, a Ordenação Sacerdotal e a Ordenação Episcopal.

"Nos Sacramentos, o Senhor nos toca através dos elementos da criação. Aqui, torna-se visível a unidade entre criação e redenção. Os sacramentos são expressão da corporeidade da nossa fé, que abraça corpo e alma, isto é, o homem inteiro. Pão e vinho são frutos da terra e do trabalho humano. O Senhor os escolheu como portadores de sua presença. O óleo é símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo: a palavra Cristo, Messias, significa Ungido" - frisou Bento XVI.

Os cristãos são aqueles que pertencem a Cristo e por isso participam de sua unção, são tocados pelo seu Espírito. Dizia Santo Inácio de Antioquia: "Deixemos que estes Santos Óleos lembrem este dever contido na palavra cristão, e peçamos ao Senhor para que não nos limitemos a chamar-nos cristãos, mas o sejamos de fato".

O Papa explicou que os três óleos santos expressam as dimensões essências da vida cristã. O óleo dos catecúmenos indica o primeiro modo de ser tocado por Cristo e seu Espírito, um toque interior, no qual o Senhor atrai e aproxima de Si as pessoas. O óleo dos catecúmenos nos diz que não só os homens procuram a Deus, mas o próprio Deus vem ao encontro dos homens.

Falando sobre o óleo para a Unção dos Enfermos, o Papa convidou a pensar nos famintos e sedentos, nas vítimas da violência em todos os continentes, nos doentes, nos perseguidos e humilhados, e nas pessoas com o coração dilacerado. "A primeira e fundamental cura se realiza no encontro com Cristo, que nos reconcilia com Deus e sara o nosso coração despedaçado, mas, além deste dever central, faz parte da missão da Igreja a cura concreta da doença e do sofrimento. O óleo para a Unção dos Enfermos é expressão sacramental visível desta missão" – ressaltou o pontífice.

Bento XVI falou então sobre o mais nobre dos óleos eclesiais: o Óleo do Crisma, uma mistura de azeite de oliveira e perfumes vegetais. É o óleo da unção sacerdotal e da unção real, unções estas que estão ligadas às grandes tradições de unção da Antiga Aliança. Este óleo serve, sobretudo, para a unção nos Sacramentos da Confirmação e da Ordem. "A unção no Batismo e na Confirmação nos introduz no ministério sacerdotal em favor da humanidade. Os cristãos são um povo sacerdotal em favor do mundo e devem tornar visível no mundo o Deus vivo, testemunhá-Lo e conduzir as pessoas a Ele" – disse ainda o Papa, acrescentando: "Apesar de toda a vergonha pelos nossos erros, não devemos nos esquecer que hoje existem também exemplos luminosos de fé; pessoas que, pela sua fé e o seu amor, dão esperança ao mundo. Quando for beatificado o Papa João Paulo II no próximo dia 1° de maio, cheios de gratidão pensaremos nele como grande testemunha de Deus e de Jesus Cristo no nosso tempo, como homem cheio do Espírito Santo. E juntamente com João Paulo II, pensaremos no grande número daqueles que ele beatificou e canonizou, e que nos dão a certeza de que também hoje a promessa de Deus e o seu mandato não ficam sem efeito".

Enfim, Bento XVI falou especialmente aos sacerdotes: "A Quinta-Feira Santa é de modo particular o nosso dia. Na Última Ceia, o Senhor instituiu o sacerdócio neo-testamentário. 'Consagra-os na verdade', pediu Jesus ao Pai para os Apóstolos e os sacerdotes de todos os tempos. Com imensa gratidão pela nossa vocação e com grande humildade por todas as nossas insuficiências, renovemos nesse dia o nosso sim ao chamado do Senhor". (MJ)







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