COMISSÃO CRIADA POR BENTO XVI ENVIA MENSAGEM AOS CATÓLICOS CHINESES
Cidade do Vaticano, 14 abr (RV) - A Comissão para a Igreja Católica na China,
instituída em 2007 por Bento XVI, reunida esta semana no Vaticano para estudar as
questões de maior importância na vida da Igreja no Gigante Asiático, dirige uma mensagem
de apoio e de encorajamento aos católicos chineses.
"Movidos pelo amor pela
Igreja na China, pela dor, pelas provações que estão enfrentando e pelo desejo de
encorajá-los" – lê-se na mensagem aos católicos chineses – "constatamos o clima geral
de desorientação e de ansiedade pelo futuro, os sofrimentos de algumas Circunscrições
desprovidas de Pastores, as divisões internas de outras, a preocupação de outras,
ainda, que não dispõem de pessoal e meios suficientes para enfrentar os fenômenos
de crescente urbanização e de despovoamento das áreas rurais."
Mas o que emerge,
apesar das dificuldades – ressalta a Comissão – é "uma fé viva e uma experiência de
Igreja capazes de dialogar frutuosamente com as realidades sociais de cada território".
Entre
as dificuldades do momento cita-se "o triste episódio da ordenação episcopal de Chengde",
considerada pela Santa Sé, não como "inválida", mas como "gravemente ilegítima", porque
"conferida sem o mandato pontifício". Portanto, ilegítima também para o "exercício
do ministério".
A Comissão se diz ainda mais sentida por tal ordenação ter
se verificado "após uma série de consagrações episcopais consensuais e pelo fato de
os bispos consagrantes terem sofrido várias pressões".
Pressões externas que
"podem fazer de modo que não se incorra automaticamente na excomunhão". E se "permanece,
todavia, uma ferida provocada ao corpo eclesial", todo Bispo envolvido "deve referir
à Santa Sé – solicita a Comissão – e encontrar o modo de esclarecer a sua posição
aos sacerdotes e aos fiéis, professando novamente a fidelidade ao Sumo Pontífice,
para ajudar a superar o sofrimento interior deles e para reparar o escândalo externo
que foi causado".
Por isso, "a escolha de Pastores para a condução das numerosas
diocese vacantes é uma urgente necessidade e, ao mesmo tempo, fonte de grande preocupação".
Daí, os votos de que "o diálogo sincero e respeitoso com as autoridades civis ajude
a superar" as atuais dificuldades, e de que "as relações com a Igreja Católica contribuam
para a harmonia na sociedade".
Na mensagem se expressa alegria pelo fato de
a Diocese de Xangai poder dar início à Causa de Beatificação de Paul Xu Guanggi, que
se soma à do missionário jesuíta Matteo Ricci.
Refere-se, ademais, que – ao
término da plenária – o Pontífice "reconheceu o desejo de unidade com a Sé de Pedro
e com a Igreja presente no mundo inteiro, que os fiéis chineses não cessam de manifestar,
mesmo em meio a muitas dificuldades".
"A fé da Igreja, exposta no Catecismo
da Igreja Católica e a ser defendida também a preço de sacrifícios – lê-se no texto
– é o fundamento sobre o qual as comunidades católicas na China devem crescer na unidade
e na comunhão."
A carta conclui-se com o premente convite renovado por Bento
XVI – na conclusão da reunião – a dedicar o dia 24 de maio próximo, festa de Bem-aventurada
Virgem Maria, Ajuda dos Cristãos, à oração pela Igreja na China. (RL)