Havana, 13 abr (RV) – O Arcebispado de Havana diz não ter recebido notícias
oficiais sobre o fim do processo de liberação de prisioneiros dissidentes políticos.
Em um texto breve, os bispos esclarecem a questão.
"Por meio da imprensa internacional
tomamos conhecimento do comunicado emitido pelo Ministério de Assuntos Exteriores
e de Cooperação da Espanha, no qual se anuncia a conclusão do processo de liberação
de prisioneiros iniciado em 2010. Nesse sentido, comunicamos que a Igreja em Cuba
não recebeu, por parte do governo cubano, nenhuma notificação referida ao fim deste
processo".
Há quatro dias, um grupo de 37 ex-presos cubanos acompanhados chegou
a Madri em um avião fretado pelo governo espanhol. Esse é o maior grupo de presos
políticos que chega à Espanha desde o acordo concluído em julho passado entre o governo
cubano e a Igreja católica, com mediação da Espanha, que permitiu libertar dezenas
de prisioneiros.
Com este novo grupo, 115 ex-presos se encontram na Espanha
desde julho. Segundo um relatório anual sobre os direitos humanos divulgado por Washington
na semana passada, os Estados Unidos reconhecem a libertação de presos políticos nos
últimos meses em Cuba, mas afirmam que muitos outros opositores continuam atrás das
grades e que Havana ainda persegue a dissidência.
Segundo o relatório, Havana
libertou mais de 40 presos políticos nesse período, incluindo "notáveis ativistas
de direitos humanos presos em 2003, mas Cuba continua abrigando dezenas de prisioneiros
políticos".
O informe menciona informações de grupos de direitos humanos que
denunciam um "marcado aumento no uso das detenções curtas para desbaratar o trabalho
da sociedade civil e para acossar ativistas".
Os grupos dissidentes, principalmente
as Damas de Branco, continuam sendo vítimas de "protestos públicos orquestrados pelo
governo", segundo o texto. (EFE - RB)