ARCEBISPO VEGLIÒ: EUROPA SE MOBILITE EM FAVOR DE REFUGIADOS IRAQUIANOS
Cidade do Vaticano, 12 abr (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral
para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, fez um apelo à União
Europeia a fim de que seja reforçado o programa de "inserção" dos refugiados provenientes
do Oriente Médio. Trata-se de um instrumento para favorecer a chegada legal e protegida
de refugiados. O Arcebispo realizou no mês de março uma visita pastoral à Jordânia,
onde pôde verificar a dramática condição dos refugiados iraquianos. Entrevistado pela
Rádio Vaticano, eis o que disse:
Dom Antonio Maria Vegliò:- "A situação
é complexa. A região – que compreende Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Turquia –
é caracterizada pelo fluxo dos refugiados iraquianos, cujo número gira em torno de
dois milhões. Somente no Iraque existe cerca de um milhão e meio de deslocados. Neste
momento, na Jordânia, existem trezentos mil imigrantes que ali se encontram por motivos
econômicos, e cerca de quinhentos mil refugiados, dos quais cerca de 33 mil são reconhecidos
como tais pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Os iraquianos
não querem permanecer em seu país e saem de lá por medo. Em particular, o povo que
foge pertence não somente a minorias como os cristãos, mas há também muitos muçulmanos.
Tudo isso tem graves conseqüências para a sociedade iraquiana, para o seu povo e para
cada indivíduo."
RV: Qual tem sido o compromisso da Igreja local diante
de uma realidade particular como a da Jordânia?
Dom Antonio Maria Vegliò:-
"Durante a minha visita à Jordânia vi organizações católicas, como a Caritas e a ICMC
(Comissão Católica Internacional para as Migrações), que dão assistência aos necessitados,
providenciando gêneros alimentícios, busca de trabalho, oferecendo cuidados médicos
nos hospitais e escolarização. O problema dos refugiados é que eles são autorizados
a permanecer no país somente como hóspede, sem, porém, direito a trabalhar. Essa proibição
os faz cair na mais absoluta pobreza, desprovidos de meios de subsistência. Muitas
vezes as consequências são dramáticas. Está previsto para eles o retorno ao país de
origem, isto é, o Iraque, mas no momento não é possível por causa da situação incerta
e perigosa. Com essa preocupação desejo fazer um apelo a fim de que o programa de
inserção da União Européia seja reforçado para acolher um maior número de refugiados
do Oriente Médio." (RL)