Cidade do Vaticano, 10 abr (RV) - O tema da liturgia deste domingo é o Senhor
como fonte da Vida, como a própria Vida. Este relato é uma catequese sobre a ressurreição.
Faz parte do tradicionalmente chamado Livro dos Sinais, do qual é o sétimo e o último
sinal realizado por Jesus, segundo o Evangelho de João.
A primeira leitura
fala da revivificação de ossos ressequidos e o evangelho nos apresenta a belíssima
cena conhecida como ressurreição de Lázaro. O Senhor mostra seu poder não para intimidar
o ser humano, mas para salvá-lo, para trazê-lo à vida e devolver a alegria à sua família.
Se
prestarmos bastante atenção nos gestos de Jesus, ele não restringe sua ação aos momentos
limites como a morte, mas ele age trazendo a saúde, recuperando pessoas envolvidas
com situações de morte, enfim perdoando o pecados. Ele, a Vida, recupera o que estava
perdido. Por isso, supliquemos ao Senhor da Vida que traga harmonia àquele casal que
está com dificuldades no relacionamento conjugal, àquele jovem que perde sua vida
nas drogas, àquele pai de família que gasta o dinhiero do sustento familiar nos jogos
de azar, àquela moça que destrói sua vida através da prostituição. Apresentemos ao
Senhor aquelas mães que pensam em abortar a vida que Deus colaborou para que gerassem,
aqueles médicos que desejam aliviar o sofrimento de seus pacientes agindo diretamente
contra o dom divino da vida, e tantos outros casos que conhecemos. Só Deus poderá
iluminar essas pessoas, mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida e dando-lhes coragem
para enfrentar com fé, esperança e caridade essas situações dificílimas.
O
Senhor quer nos libertar de todas essas mortes e também daquela que leva nosso corpo
para o cemitério, quer sinalizar que pode muito mais, que pode nos libertar da morte
definitiva. Ele disse: “ Quem crê em mim, ainda que morra viverá, e quem vive e crê
em mim, não morrerá para sempre.”
A segunda leitura da liturgia de hoje nos
apresenta Paulo dizendo que não morremos porque, no batismo, assumimos essa vida dada
a nós, por Jesus, em sua cruz e ressurreição. A partir do batismo, da profissão de
fé em Jesus, viveremos, mesmo que aparentemente estejamos mortos. Aí não será uma
reanimação do corpo ou revivificação como em Lázaro, que voltou à vida e depois morreu
de novo, mas ressurreição, ou seja, Jesus nos dá a vida sem fim e plena, sem doenças,
sem drogas, sem desavenças. Ele nos dará aquilo que desejamos: vida saudável, ao lado
das pessoas queridas que amamos, ao lado do Pai, de Maria, de todos os santos, e para
sempre. Essa vida já pode começar agora, se colocarmos em prática a renúncia à cultura
de morte, renúncia feita no batismo e, simultaneamente, colocarmos também em prática
a profissão de fé na cultura de vida trazida por Jesus.
Que a graça de Deus
nos conduza à opção pela Vida, em todos os momentos de nossa caminhada. Que nossa
religiosidade nos leve a colocar em prática a ordem de Jesus: “Desatai-o e deixai-o
ir”. Desatemos os laços de morte que amarram a nós e a nossos irmãos, e caminhemos
juntos para a vida, como filhos do mesmo Pai, como destinatários que somos todos nós
da salvação trazida por Cristo Jesus, nosso Redentor! (CA)