Moscou, 07 abr (RV) - Continua na Rússia a polêmica entre a Igreja Ortodoxa
e as organizações de direitos humanos em relação à exposição do crucifixo em escritórios
e locais públicos. Amparado pela decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos,
que recentemente declarou que não reconhece qualquer violação dos direitos humanos
na colocação de crucifixos nas salas de aula, o chefe do Departamento do Patriarcado
de Moscou para as relações entre a Igreja e a sociedade, Vsevolod Chaple, lançou um
apelo à comunidade dos fiéis, para que seja mais corajosa em mostrar a sua fé num
momento em que a Rússia ainda se recupera de 70 anos de ateísmo de Estado.
Alguns
ativistas se opõem, destaca a agência AsiaNews, entre eles, Lev Ponomarev, líder do
Movimento para os Direitos Humanos, que atacou a interferência do Patriarcado na sociedade
civil e recorda como na Rússia, Igreja e Estado são separados. Ponomarev, embora tenha
que admitir que ninguém pode impedir a quem se professa ortodoxo de pendurar uma cruz,
afirma porém que o debate só vai contribuir para dividir ainda mais a sociedade. (SP)