PAPA NA AUDIÊNCIA: APELO PELA COSTA DO MARFIM E LÍBIA
Cidade do Vaticano, 06 abr (RV) - Bento XVI acolheu milhares de fiéis e peregrinos,
na Praça São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira, para a habitual Audiência Geral.
Na
catequese de hoje, o Santo Padre falou sobre Santa Teresa de Lisieux que nasceu na
França, em 1873, filha dos Beatos Luís e Zélia Martin. Tornou-se religiosa carmelita
aos 15 anos, em Lisieux, e rezava para salvar almas e pelos sacerdotes. Santa Teresa
viveu seu doloroso sofrimento físico e espiritual em união com a Paixão de Jesus e
com grande fé, até sua morte aos 24 anos.
Ela ofereceu-se totalmente ao amor
misericordioso e sua vida escondida teve uma importância crucial na história da espiritualidade
da Igreja atual. No livro "História de uma alma" Santa Teresa de Lisieux narra os
estágios de um amor intenso e profundo com Jesus desde sua infância até sua morte.
A noite escura, no final de sua vida, é uma grande prova de fé que Teresa aceitou
por todos os ateus do mundo moderno. Cumprindo sua vocação de ser, no coração da Igreja,
o amor, morreu com as palavras simples: "Meu Deus, eu te amo!".
Santa Teresa
de Lisieux é um exemplo para todos, sobretudo para os teólogos. Especialista na ciência
do amor, ela nos ensina que o caminho rumo à santidade está repleto de confiança e
amor. Foi declarada Padroeira das Missões pelo Papa Pio XI e Doutora da Igreja pelo
Papa João Paulo II.
A seguir, Bento XVI fez um resumo, em português, de sua
catequese, saudou os fiéis lusófonos presentes na Praça São Pedro e concedeu a todos
a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e irmãs,
Padroeira
das missões e doutora da Igreja, Santa Teresa de Lisieux, apesar da sua vida breve,
que terminou em 1897, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas. Um ano após
a sua morte, foi publicada a sua obra autobiográfica, “História de uma alma”. Trata-se
de uma maravilhosa história de amor que encheu toda a vida Teresa; este amor tem um
rosto e um Nome: é Jesus. Recebida a autorização papal, pôde, aos dezesseis anos,
entrar no Carmelo de Lisieux, assumindo o nome de Teresa do Menino Jesus e da Sagrada
Face. Era movida pelo desejo de salvar almas e rezar pelos sacerdotes. Um ano antes
da sua morte, iniciou a sua paixão pessoal que viveu em profunda união com a Paixão
de Cristo. Tratou-se de uma paixão do corpo, com a doença que acabaria por levá-la
à morte, mas, sobretudo, tratou-se de uma paixão na alma com uma dolorosa prova da
fé, a qual ofereceu pela salvação de todos os ateus do mundo. Neste contexto de sofrimento,
vivendo o maior amor nas pequenas coisas da vida diária, Teresa realizou a sua vocação
de ser o Amor no coração da Igreja. De fato, as palavras “Jesus, eu Vos amo” estão
no centro de todos os seus escritos, nos quais ressalta o “pequeno caminho de confiança
e amor” que ela percorreu e procurou inculcar aos demais.
Queridos
peregrinos lusófonos, a todos saúdo e dou as boas-vindas, particularmente, aos portugueses
vindos de Espinho e aos brasileiros de Divinópolis. Possa essa peregrinação reforçar
o vosso zelo apostólico para fazerdes crescer o amor a Jesus Cristo na própria casa
e na sociedade! Que Deus vos abençoe!
No
final da audiência o Papa fez um apelo em favor da Costa do Marfim e da Líbia com
as seguintes palavras: "Acompanho com grande apreensão os dramáticos acontecimentos
que as queridas populações da Costa do Marfim e da Líbia estão vivendo nestes dias.
Espero que o Cardeal Turkson, por mim encarregado de ir à Costa do Marfim para manifestar
a minha solidariedade, possa logo entrar no país. Rezo pelas vítimas e estou próximo
a todos aqueles que estão sofrendo. A violência e o ódio são sempre uma derrota. Por
isso, faço um novo e vigoroso apelo a todas as partes envolvidas, para que tenha início
a obra de pacificação e diálogo e se evitem outros derramamentos de sangue." (MJ)