Roma, 05 mar (RV) - “Interviemos para proteger os civis”. Foi o que disse o
Secretário-geral da ONU Ban Ki Moon, que deu sinal verde às operações militares na
Costa do Marfim. Objetivo declarado: neutralizar as armas pesadas usadas contra a
população pelos partidários de Laurent Gbagbo, presidente em fim de mandato, que se
recusa a abandonar o poder. E ainda nesta manhã, em Abidjan, capital econômica do
país, foram ouvidas explosões de armas pesadas. Entretanto, dos Estados Unidos, o
Presidente Obama convidou Gbagbo a passar o poder ao presidente eleito Alassane Ouattara,
cujas tropas nos últimos dias ocuparam as principais cidades do país.
E enquanto
isso aumentam as polêmicas sobre a presença francesa na Costa do Marfim. A missão
de Paris, paralela a da ONU - de acordo com o porta-voz do Presidente Gbagbo – “atua
como um exército de ocupação”. Um comentarista do jornal italiano "Corriere della
Sera”, profundo conhecedor da política exterior de Paris disse à Rádio Vaticano que
se deve “salientar que a França está agindo sob mandato da ONU, portanto não é uma
força de ocupação: Paris colocou à disposição seus soldados, de um lado, para proteger
os muitíssimo civis franceses que trabalham há anos na Costa do Marfim, que é um dos
principais parceiros comerciais da França, mas de outro lado, sobretudo, para dar
legitimidade e execução ao processo democrático ocorrido com as eleições de novembro
passado e a vitória internacionalmente reconhecida pelos observadores internacionais,
de Ouattara.
Eu li algumas declarações – destacou ainda o jornalista - que
os seguidores de Gbagbo acusam a França de ser a origem de uma possível nova Ruanda:
Eu acho, - concluiu - francamente, que seja precisamente o contrário. (SP)