BISPOS: IMIGRANTES SÃO CRIATURAS DE INALIENÁVEL DIGNIDADE

Saint Gallen, 05 abr (RV) – Os bispos europeus estão pedindo mais solidariedade na abordagem da situação dos milhares de imigrantes que têm entrado no continente provenientes do norte da África.

Em comunicado divulgado ontem, o Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), frisa que “ondas de refugiados estão chegando à Europa através da Itália; mas este problema não afeta apenas uma nação”. O Conselho estará reunido para a plenária de primavera de 6 a 8 de abril, em Bruxelas, ao redor do tema "As Igrejas Cristãs no Magreb (países do noroeste africano) e no Mashrek (países árabes ao leste de Cairo)”.

Nas últimas semanas mais de 6 mil imigrantes ilegais chegaram à ilha de Lampedusa, na região italiana da Sicília, da Líbia, Tunísia e Egito. Este cenário já levou o governo italiano a declarar estado de emergência e a promover a retirada de centenas de refugiados, enviando-os de volta a seus países de origem.

Enquanto esperam o seu destino, eles são obrigados a viver em condições muito abaixo das estabelecidas pelos direitos humanos, “mas devem ser vistos como seres humanos e criaturas de inalienável dignidade que levam em si a imagem de Deus” – escreve o CCEE.

Os bispos pedem ainda uma solução para o conflito líbio: “rezamos para que as armas cedam espaço à razão e ao diálogo”.

A Anistia Internacional (AI) também se manifestou extremamente preocupada perante o destino dos refugiados. A organização humanitária aponta várias falhas ao governo italiano, como a falta de informação sobre os procedimentos legais dos pedidos de asilo.

A AI já havia acusado as autoridades italianas de não serem transparentes nos processos de requisição de asilo. Em 2009, a entidade culpou Roma de interceptar os refugiados em águas internacionais e de reenviá-los à África em más condições.
(CM)