2011-04-05 12:57:05

BISPOS ALEMÃES E AFRICANOS FALAM SOBRE IMIGRAÇÃO


Munique, 05 mar (RV) - “Os refugiados estão entre os membros mais fracos e vulneráveis da família humana. Sua proteção é um dever jurídico e moral que compete a todos os Estados”. Esse é um trecho do comunicado elaborado no final do VII Encontro do Episcopado alemão e africano, realizado de 28 de março a 2 de abril, em Munique, na Alemanha, sobre o tema “A imigração africana em direção da Europa”. “Estamos profundamente preocupados - continua o comunicado citado pela Agência Fides – ao constatar que, na prática, a proteção das fronteiras externas da União Europeia apresente problemas consideráveis em matéria dos direitos humanos. Exigimos que os pedidos de asilo sejam acolhidos e examinados adequadamente. Da mesma forma, a rejeição daqueles que, por causa das leis em vigor não têm direito a permanecer na Europa, deve respeitar as normas humanitárias”.

“Os homens que se atrevem a tomar a estrada em direção da Europa em busca de um futuro melhor para si e suas famílias, não devem ser geralmente acusados e difamados – prossegue o texto -, os europeus devem se lembrar, antes de tudo, que muitos de seus antepassados deixaram o continente ao longo dos séculos e emigraram para países ao redor do mundo”.

A declaração sublinha que as razões da forte emigração de africanos para a Europa nos últimos anos são múltiplas, “as consequências do colonialismo como as grandes diferenças nas condições de vida, desempenham um papel fundamental. Os participantes africanos no nosso encontro salientaram claramente a falência das elites locais no que diz respeito ao desenvolvimento dos seus países”.

“Não podemos esquecer que a migração é um fenômeno que sempre existiu na história humana. A migração é um elemento essencial do desenvolvimento social, cultural e religioso. Demasiadas vezes perdemos de vista as valiosas contribuições positivas e preciosas que os imigrantes podem trazer não só para as sociedades de acolhida, mas também ao seu país de origem (por exemplo, através das remessas de dinheiro)”.

O objetivo deveria ser o de evitar a migração involuntária imposta pela pobreza ou pela falta de perspectiva, o que requer uma forma de globalização que leve em conta a solidariedade “e faça passar as possibilidades de desenvolvimento dos seres humanos e dos povos a frente dos interesses das corporações multinacionais ou dos privados”.

No que se refere à Igreja, está escrito no texto, no futuro, ela deverá dar mais importância à situação dos migrantes no contexto de seu trabalho pastoral. “Na sua atenção aos migrantes, a Igreja não faz distinção entre imigração regular e irregular, embora seja consciente dos problemas a ela associados. Todos e cada um tem o direito de acompanhamento pastoral. Por esta razão, a Igreja espera do Estado que lhe seja permitido o acesso ilimitado a uma assistência espiritual também aos imigrantes irregulares”.

Na parte conclusiva, os bispos dizem compreender “as preocupações e os medos das pessoas que ainda não estão acostumados a viver com os estrangeiros”, mas “os problemas devem ser discutidos abertamente, sem aproveitar das reticências para ir à deriva populista. Neste contexto, é necessário dar prova de sabedoria e delicadeza. Nós, os Bispos da África e da Alemanha, reafirmamos a nossa vontade de nos opormos fortemente ao racismo e à xenofobia no mundo inteiro. É a única maneira de garantir um futuro próspero para todos”. (SP)







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