2011-04-02 11:30:46

NICARÁGUA: DEMOCRACIA EM XEQUE


Manágua, 2 abr (RV) – Duas manifestações distintas, marcadas para amanhã, poderão trazer ainda mais instabilidade ao já fragilizado cenário político da Nicarágua. Correntes que defendem a reeleição do Presidente Daniel Ortega devem confrontar-se com manifestantes que não apóiam um novo mandato, inclusive a Igreja, que classificou a candidatura a reeleição como sendo "inconstitucional e ilegal".

Segundo intelectuais e representantes de diversos setores da sociedade, há meses a Nicarágua está paralisada diante desta questão e nas últimas semanas agressões verbais têm-se acentuado. Isso porque a Constituição da Nicarágua não permite que um presidente se eleja por mais de dois mandatos consecutivos. Ortega já teve dois mandatos: o primeiro, entre 1985 e 1990, logo após o fim da ditadura de Somoza, e o atual, que terminará em 2012.

Entretanto, seis juízes da Suprema Corte, indicados por Ortega, declararam que a proibição constitucional não caberia neste caso.
Agora, a candidatura divide a Nicarágua. Alguns dizem que o descumprimento à Constituição e outras leis está evidente, contudo parece que não há um consenso à vista.

Nesse contexto, a "Unión Ciudadana por la Democracia (Ucd)", confirmou que está à frente da Marcha pela paz e contra à reeleição enquanto setores ligados ao governo também anunciaram que farão uma manifestação a favor da reeleição de Ortega. A eleição está marcada para 6 de novembro.

Dom Silvio Baez, bispo auxiliar de Manágua, disse que "é grande a preocupação por aquilo que poderá acontecer amanhã, em particular por ações mais violentas e suas graves conseqüências". O Cardeal Miguel Bravo, arcebispo emérito de Manágua, também expressou a mesma angústia: "Já vivemos duas guerras que nos fizeram pagar preços muito altos. A violência sempre gera mais violência", ponderou Dom Miguel. (RB)








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