Tóquio, 1º abr (RV) - O máximo representante da Caritas Japão afirmou que o
país enfrentará um longo caminho e grandes desafios na reconstrução depois do terremoto
e do tsunami que devastaram a ilha no dia 11 de março deste ano. Em comunicação com
a ACI Prensa, o Bispo de Niigata e Presidente da Caritas Japão, Dom Isao Kikuchi,
disse que não tem idéia quando as pessoas retomaram a sua vida normal.
A diocese
de Sendai foi a mais afetada pelo tsunami que arrasou aldeias completas na costa.
A diocese vizinha de Niigata está ajudando na remoção de escombros, com muitos jovens
que se inscreveram como voluntários para ajudar nestes trabalhos.
Mais de 10
mil pessoas procuraram refúgio em Niigata após serem evacuados de um raio de vários
quilômetros ao redor da central nuclear de Fukushima, onde ainda há perigo de fugas
radiativas. A Caritas está trabalhando em nível nacional para auxiliar os sobreviventes
e segundo o Bispo nunca antes tiveram uma resposta mais entusiasta aos chamados por
doações e voluntários.
Em Sendai, a diocese instalou um centro de coordenação
entre os voluntários da Caritas e da Igreja local, que está dedicando seus esforços
à recuperação a longo prazo.
Embora os telefones "não parem de tocar" com ligações
de pessoas que desejam ser voluntários, o que a Caritas mais necessita neste mundo
é de pessoal especializado em recursos humanos para coordenar a operação.
Os
agricultores e pescadores da zona devastada estão enfrentando uma situação de perda
total. “Será muito difícil para eles reconstruir seus lares e, ao mesmo tempo, retomarem
seu trabalho”, acrescentou Dom Kikuchi em comunicação com o grupo ACI.
O Bispo
espera que esta tragédia dê à Igreja uma oportunidade para reforçar seu espírito comunitário
e dar testemunho dos valores do Evangelho na assistência às vítimas, apesar dos católicos
serem uma pequena minoria no país.
“O que podemos fazer é evangelizar através
de nossa ação social entre as pessoas que procuram ajuda. Não só diante deste desastre
mas ante tantas pessoas que vivem na solidão no Japão de hoje”, acrescentou. O Bispo
se referiu aos anciãos que vivem sem suas famílias, isolados do mundo em seus lares
e migrantes que carecem de apoio público. (SP)