Juiz de Fora, 1º abr (RV) - O milagre do cego de nascença é contado somente
por João. O autor sagrado diz que escreveu seu Evangelho para que crêssemos que Jesus
é o Messias, o Filho de Deus, e, crendo, tivéssemos a vida em seu nome. Assim,
com a narração do cego de nascença(cf. Jo 9, 1-41), o apóstolo quer mostrar que Jesus
é a vida e a luz do mundo: dá a luz ao cego de nascença, em contraste com a cegueira
espiritual dos judeus. Percebe-se no interior da narrativa a argumentação encadeada
para levar o leitor a adorar Jesus como Filho de Deus. O texto era destinado à
catequese dos que iam ser batizado. Da sujeira e da lama do pecado, erguiam-se os
novos cristãos, depois de se terem lavado - como o cego - nas águas puras do Batismo.
Evidentemente, não bastava o rito do Batismo em si. Era necessária a fé em Jesus e
a adesão irrestrita a sua doutrina, acreditando na preexistência de Jesus e como sendo
a palavra na qual o Pai se revelou. É preciso ser humilde para reconhecer as próprias
cegueiras. Precisamos parar para verificar as trevas as quais carregamos e nos libertar
delas, recebendo a luz de Cristo, que nos faz amar os irmãos, praticar a justiça,
a fraternidade e a paz. + Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de
Fora(MG)