2011-03-31 11:31:00

IGREJA NA COSTA DO MARFIM RECEBE COM ENTUSIASMO APELO DO PAPA


Cidade do Vaticano, 31 mar (RV) - O Papa lançou ontem, durante a audiência geral na Praça São Pedro, um premente apelo pela Costa do Marfim, atingida por uma sangrenta guerra entre facções políticas opostas que desde novembro último já causou a morte de mais de 500 pessoas e meio milhão de deslocados.

“Há muito tempo – afirmou o Papa - que meus pensamentos se voltam para a população da Costa do Marfim, traumatizada por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas. Enquanto exprimo a minha proximidade a todos aqueles que perderam um ente querido e sofrem com a violência, faço um apelo urgente para que se dê vida o mais rapidamente possível a um processo de diálogo construtivo para o bem comum.

“A dramática situação torna mais urgente o restabelecimento do respeito e da convivência pacífica. Não devem ser poupados esforços neste sentido”.

O Papa anunciou ainda a sua decisão de enviar a “este nobre país”, o Cardeal Peter Turkson Kodwo, Presidente do Pontifico Conselho “Justiça e Paz”, a fim de manifestar a sua solidariedade e da Igreja em todo o mundo às vítimas do conflito e encorajar a reconciliação e a paz.

“Estamos felizes pelas palavras do Santo Padre e lhe agradecemos por isso. Esperamos que a sua voz seja ouvida”: foi o que disse à agência Fides, o Arcebispo de Abijan, Dom Jean-Pierre Kutwa. No país Africano a crônica das últimas horas fala de novos combates entre as milícias do presidente que concluiu o seu mandato, Laurent Gbagbo, e que não quer abandonar o poder, e os do Presidente eleito, Alassane Ouattara, cuja vitória nas urnas em novembro passado, foi reconhecida internacionalmente.

As tropas de Ouattara estão se aproximando de Abidjan e Yamoussoukro, respectivamente, capital política e administrativa do país. Milhares os civis que fogem da violência. Fontes missionárias falam de cerca 30 mil pessoas refugiadas em um complexo religioso católico ao redor da igreja de Duékoué e muitos têm feridas de arma de fogo. Nesta situação, quantas possibilidades existem para a retomada do diálogo?

A Rádio Vaticano ouviu Enrico Casale, da revista dos jesuítas "Povos”:

“Neste momento, não muitas, porque parece que agora a palavra tenha passado às armas. O risco é que se não há uma intervenção da comunidade internacional, pode haver um confronto muito duro diretamente nas cidades. Propostas recíprocas de unidade nacional foram feitas várias vezes nos últimos tempos, mas não sei se existe um real desejo de superar a crise. Cada um dos dois candidatos está entrincheirado em posições que não parecem discutíveis, portanto, parece-me que essas propostas são muitas vezes um pouco ilusórias”. (SP)








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