Pela 22ª vez o cinema africano aterrou em Milão. Foi de 21 a 27 de Março no âmbito
do Festival de Cinema Africano da Ásia e da América Latina. De cadência anual, este
Festival foi fundado pelo saudoso sacerdote italiano, D. Pedretti, que acreditava
no dialogo entre os povos através da cultura. Um dialogo que, a seu ver, devia começar
já nas escolas. Foi por esta razão que criou o COE, Centro de Orientação Educativa,
organismo que leva avante o Festival envolvendo também alunos de diversos níveis.
Nascido em 1990 como Festival de Cinema Africano, depois de pouco mais de dez anos,
passou a incluir também filmes doutras áreas do mundo que, tal como a África, não
encontram espaço no circuito comercial mas que, nem por isso, deixam de veicular importantes
valores e riquezas culturais. Os festivais tornam-se, assim, numa vitrina, onde os
cineastas podem não só mostrar os seus filmes, mas também procurar soluções para os
grandes problemas que enfrentam: produção, distribuição, crítica, etc. Este ano
o Festival de Milão foi precedido, de poucos dias, pelo FESPACO, Festival Panafricano
de Cinema que tem lugar, de dois em dois anos, em Ouagadougou, capital do Burkina-Faso,
muitas vezes definida a “Holiwood africana”. Fundado em 1969, o FESPACO é o maior
espaço de cinema e televisão em África. Destes dois festivais falou AFROFONIA
com Anna Maria Gallone, directora artística do Festival de Milão, com o P. Jean-Pierre
Bodjoko, enviado da Rádio Vaticano a Milão, e com o P. Janvier Yameogo, membro do
Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. Natural do Burkina-Faso, ele fala
também duma das grandes figuras do cinema africano, Sotigui Kouyaté, falecido o ano
passado e homenageado nesta edição do Festival de Milão. Clique no alto-falante e
oiça o programa em italiano.