Pequim, 31 mar (RV) - Primeira ordenação episcopal na China com a aprovação
do papa e o reconhecimento oficial de Pequim em 2011.
Dom Paolo Liang Jiansen,
46 anos, foi ordenado hoje como o novo bispo da Diocese de Jiangmen, na Província
de Guangdong, no sul da China, com a aprovação de Bento XVI e o reconhecimento de
Pequim. A Diocese de Jiangmen estava sem bispo havia quatro anos, quando morreu Dom
Pietro Paolo Li Panshi, aos 95 anos.
A missa decorreu de forma tranquila e
sem incidentes. Cerca de 1.300 fiéis de sua diocese e de outras regiões, como da Província
de Shanxi e de Hong Kong e Macau, participaram da ordenação. O bispo chinês se disse
feliz por ter sido ordenado por seus antigos companheiros de classe de seminário há
20 anos.
A liturgia foi presidida pelo bispo de Guangzhou, Dom Gan Junqiu,
e teve a participação de bispos das províncias de Guangxi, Meizhou, Nanning, Nanchang,
e Haimen, todos reconhecidos legitimamente pelo Vaticano.
Dom Liang, nascido
em 6 de maio de 1964, completou seus estudos no seminário regional de Wuhan, na província
de Hubei e foi ordenado padre em 1991.
A diocese do novo bispo conta com sete
sacerdotes e mais de 20 religiosas, que atendem uma comunidade católica de 20 mil
fiéis. A Diocese de Jiangmen, antigamente confiada aos missionários de Maryknoll,
é famosa principalmente porque ali se encontra a igreja em que em 1552, morreu São
Francisco Xavier, hoje meta de peregrinação de milhares de fiéis.
A questão
da nomeação dos bispos e o papel da Igreja Patriótica estão no centro do desacordo
entre o governo chinês e a Igreja Católica, que não mantêm relações diplomáticas desde
1951, quando o núncio apostólico foi obrigado a deixar o país e se mudou para Taiwan.
A Igreja Patriótica surgiu em 1957 e divide cerca de dez milhões de católicos
chineses com a chamada Igreja Clandestina, fiel a Bento XVI. A cisão ocorreu no início
da Revolução Cultural de Mao Tse-tung, que considerava a postura do então papa Pio
XII alinhada aos países ocidentais e de oposição ao bloco comunista. (CM)