Bento XVI pede fim da violência na Costa do Marfim e envia presidente do Conselho
Pontifício Justiça e Paz ao país africano
(30/3/2011) O Papa expressou hoje a sua preocupação com a população da Costa do Marfim,
atingida por dolorosas lutas internas e graves tensões sociais e políticas”. Na
audiência geral , falando em francês, Bento XVI lançou um apelo “insistente” para
que seja iniciado “o mais rapidamente possível um processo de diálogo construtivo
para o bem comum”. Depois de exprimir a sua "proximidade” às pessoas que perderam
“um ente querido” e que são atingidos pela violência, o Papa sublinhou que “nenhum
esforço deve ser poupado” para restabelecer “o respeito” e a “coabitação pacífica”
no país. Na alocução em língua francesa, Bento XVI anunciou que decidiu enviar
à Costa do Marfim o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, cardeal ganês
Peter Turkson, para que manifeste a “solidariedade” da Igreja católica às vítimas
do conflito “e encoraje a reconciliação e a paz”.
O presidente cessante da
Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, pediu esta terça-feira um "cessar-fogo imediato"
e a "abertura de um diálogo" com o seu rival Alassane Ouattara, reconhecido presidente
pela comunidade internacional, e cujas forças estão a progredir no sul do país. Milhares
de pessoas estão a fugir para a Libéria, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados teme que estes deslocamentos destabilizem este país, a recuperar de duas
guerras civis. A Guiné-Conacri e o Gana também estão a acolher muitos refugiados
devido à escalada de violência pós-eleitoral, que provocou a morte a mais de 460 pessoas
e quase um milhão de deslocados só numa cidade. “Pode haver até um milhão de pessoas
deslocadas em Abidjan e nos arredores, sem contar as inúmeras pessoas no Oeste do
país”, revelou a porta-voz do Alto Comissariado para os Refugiados, Melissa Fleming,
citada pela Euronews. A França apresentou sexta-feira ao Conselho de Segurança
da ONU uma resolução para reforçar a missão dos soldados ao serviço daquela Organização
na Costa do Marfim, proibir o uso de armas pesadas em Abidjan e intensificar as sanções
contra Laurent Gbagbo, que recusa abandonar o poder.