2011-03-29 16:54:50

VAZAMENTO DE PLUTÔNIO AUMENTA O PERIGO DO DESASTRE NUCLEAR NO JAPÃO


Tóquio, 29 mar (RV) – Seis reatores da Usina de Fukushima, no Japão, estão apresentando problemas, inclusive o 3, depositário de uma grande reserva de plutônio, e, portanto, o mais preocupante, devido ao alto grau de contaminação dessa substância. E apesar de o governo japonês estar admitindo somente agora a possibilidade de vazamento desse componente químico, já foi encontrado plutônio no solo em pelo menos cinco pontos dentro do complexo nuclear de Fukushima.

A empresa que administra a usina, Tokyo Electric Power Co (Tepco), disse, nesta segunda-feira, que as quantidades detectadas não apresentam risco à saúde humana. Contudo, segundo especialistas, o plutônio é altamente tóxico e cancerígeno, bastando microgramas para causar sérios, e até letais, danos à saúde.

Sakae Muto, vice-presidente da Tepco, disse a jornalistas que os resultados dos testes vieram de amostras recolhidas a uma semana atrás. A empresa também afirmou que a descoberta de plutônio não irá suspender o trabalho de resfriamento dos reatores em Fukushima.

A atual situação dos reatores é a seguinte: em Fukushima, na usina de Daichi, os reatores 1, 2 e 3 apresentam explosões; o 4 pegou fogo; e o 5 e o 6 estão superaquecendo. Ao sul de Fukushima, em Tokai, a bomba de resfriamento de reator falhou, mas não há risco de vazamento. Ao norte de Fukushima, em Onagawa, o governo decretou estado de urgência, mas diz que os reatores estão sob controle.

A Tepco anunciou também que a água contaminada foi encontrada em um túnel subterrâneo que tem uma das entradas localizadas a apenas 55 metros do mar, mas que, segundo a empresa, não representa risco de vazamento. Aparentemente, segundo algumas autoridades, mesmo com toda destruição estampada diante de nós, poucas coisas apresentam risco em um desastre nuclear deste porte.

O escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária informou que as condições de higiene nos centros de acolhimento começaram a piorar. Mais de 250 mil pessoas dependem desses abrigos. Segundo a ONU, há registros de aumento de casos de diarreia e demais doenças causadas por higiene precária.

Além disso, há falta de combustível, o que impõe barreiras à chegada de assistência das agências humanitárias.

A tragédia no Japão matou, até agora, mais de 10 mil pessoas, e 18 mil continuam desaparecidas. Os efeitos da radioatividade ainda não podem ser mensurados.

O terremoto e o tsunami causadores do desastre atingiram a costa norte do Japão no dia 11 desse mês. E ainda, nesta segunda-feira, houve um novo tremor de 6,5 graus na escala Richter nessa mesma área, provocando uma onda de meio metro, mas o alerta de tsunami foi suspenso. (ED)







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