Londres, 29 mar (RV) - A organização internacional de defesa dos direitos humanos
Anistia Internacional (AI) divulgou ontem na capital inglesa seu relatório anual sobre
a pena de morte. A tendência internacional é claramente a favor do fim da pena
de morte, tendo sido já abolida por 139 países, seja por lei, seja na prática.
Nos
últimos dez anos, 31 países abandonaram a pena capital e segundo Oliver Hendrich,
especialista da organização, “quem no século XXI ainda executa ou condena pessoas
à morte está cada vez mais isolado internacionalmente”.
Apesar da tendência
mundial positiva, a Anistia aponta retrocessos inclusive na Europa, onde apesar de
quase todos os países proibirem por lei a pena capital, a única exceção é Belarus,
que mantém a prática.
A organização de defesa dos direitos humanos se mostra
especialmente preocupada com o uso político da pena de morte. A China está à frente
de todos os outros países em termos de execuções ao ponto deste ano, não haver estimativas.
Daddos apontam que milhares de pessoas foram mortas em 2010 em nome do Estado chinês.
Para
silenciar opositores ou alcançar metas políticas, especialmente na China, no Irã e
no Sudão muitas pessoas foram assassinadas depois de julgamentos sumários e flagrantemente
injustos. Normas mínimas exigidas internacionalmente não estariam sendo respeitadas.
As
vítimas de tais práticas, segundo a Anistia Internacional, são geralmente pessoas
pobres, sem dinheiro suficiente para lutar judicialmente contra processos injustos.
Especialmente afetadas, segundo dados da organização, foram também pessoas discriminadas
em suas sociedades por causa da cor da pele, da nacionalidade ou da religião.
A
organização internacional de defesa dos direitos humanos documentou pelo menos 527
execuções em 23 países no ano passado, sem contar a China. Os Estados Unidos executaram
46 pessoas em 2010. (CM)