Cidade do Vaticano, 29 mar (RV) - Após Paris, serão Tirana e Florença a acolher
o “Pátio dos Gentios”, e muitas outras cidades em todo o mundo, que já se ofereceram
para hospedar esta iniciativa que deseja relançar o diálogo entre aqueles que crêem
e os que não crêem, fortemente desejado por Bento XVI e que já obteve, na semana passada,
um grande sucesso na capital francesa. O Presidente do Pontifício Conselho para a
Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, conversando com a Rádio Vaticano falou sobre o
encontro de Paris.
R. - "A atmosfera em Paris foi de grande ajuda para
poder iniciar este itinerário. Houve uma participação, especialmente no horizonte
intelectual, muito forte e muito intensa. Em Paris, tínhamos realmente todas as áreas
possíveis, todos os pontos cardeais, que iam da cultura à sociedade, das questões
científicas às questões de direito, da arte à espiritualidade. Tivemos também a conclusão
solene, com os jovens, na grande praça em frente à Catedral de Notre-Dame. Este horizonte
tão complexo, tão vasto, tão mutável, agora nós gostaríamos, em certo sentido, torná-lo
mais específico, desenvolvê-lo por setores. E é por isso que gostaríamos de iniciar
por Tirana, herdeira de um país - único no mundo - que teve na sua Constituição o
ateísmo, como ateísmo de Estado, de maneira oficial, e que agora, ao invés, se encontra
em outra perspectiva. Gostaríamos de começar mais especificamente sobre a relação
entre sociedade e espiritualidade ou a indiferença religiosa. Este será o primeiro,
mas depois vamos expandir sobre temas mais específicos. Florença será a Universidade
enquanto tal, depois, Barcelona, Estocolmo, Valência, Quebec, Praga e Milão. É uma
espécie de calendário que continua crescendo e se ramificando e que cada vez mais
torna-se setorial no diálogo entre crentes e não crentes".
“Pátio dos Gentios”,
inaugurado em Paris é um encontro internacional, uma nova estrutura para o diálogo
com não crentes, que deseja ser um “espaço aberto”. Dom Ravasi disse que a Igreja
Católica quer convidar os não crentes a “iniciarem uma viagem” conjunta, em busca
da “verdade”, do “sentido da existência” e da “comunhão”.
O nome «Pátio dos
Gentios» evoca o espaço homônimo que, no antigo Templo de Jerusalém, hospedava os
não judeus. (SP)