Lahore, 25 mar (RV) - Um ato de “desrespeito, de pura loucura”. Dessa maneira
Sajan K. George, Diretor do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), define o
gesto do Pastor Wayne Sapp, que no último dia 20 de março, na Flórida, queimou um
livro do Alcorão, sob a supervisão do pregador evangélico Terry Jones. “A liberdade
de expressão - continua - não significa insultar outras pessoas e ferir os seus sentimentos
religiosos”.
Também o Arcebispo de Lahore, Cardeal Lawrence John Saldanha,
manifestou a sua indignação e consternação com o incidente. Num comunicado de imprensa,
o Cardeal disse: “Em nome do bispo da Igreja Católica e dos cristãos do Paquistão,
condeno este ato de loucura, que não representa os valores cristãos nem os ensinamentos
da Igreja. Lamentamos constatar que alguém que se define pastor seja tão ignorante
naquela que é a sua religião, assim como da normal decência”.
Em setembro
do ano passado, Terry Jones atraiu a condenação da comunidade internacional por sua
proposta de querer atear fogo em uma pilha de exemplares do Alcorão para marcar o
aniversário dos ataques de 11 de setembro. “O ato ultrajoso do pastor - reafirma Sajan
George - é em contraste com a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo”. No entanto,
ao denunciar a queima do livro sagrado o Diretor do Conselho Global de Cristãos Indianos
pede aos líderes mundiais que não se esqueçam do aumento alarmante de casos de perseguição
contra os cristãos ao redor do mundo.
A referência é sobretudo ao Paquistão,
cuja draconiana lei sobre a blasfêmia que custou a vida a Salmaan Taseer, Shahbaz
Bhatti, e que paira sobre a vida de Ásia Bibi e de muitos outros. Na Índia, há uma
crescente preocupação com a recente disseminação em todo o país da Frente Popular
da Índia (islâmicos) e sua conexão com outros grupos fundamentalistas e associações.
Um mês atrás, em 19 de fevereiro, militantes muçulmanos atearam fogo à Escola Internacional
de São. Paulo, uma escola cristã particular. A rede da Frente Popular da Índia está
em constante crescimento. (SP)