Cidade do Vaticano, 24 mar (RV) – Nem mesmo a transferência de cerca de mil
imigrantes feita pelo navio San Marco, ontem, alivia a situação de emergência na ilha
de Lampedusa. Isso porque a Guarda Costeira italiana já confirmou a localização de
outro barcos no Mediterrâneo, provavelmente saídos da Tunísia e seguindo em direção
à Lampedusa, território italiano mais próximo do continente africano, cerca de 70km.
Ainda
estão em Lampedusa aproximadamente 5 mil refugiados, que se encontram em precárias
condições de higiene. Apesar de já terem dito que se sentem abandonados pelo governo
italiano, os habitantes da ilha se solidarizam com os refugiados.
O governador
da província da Sicília, Raffaele Lombardo, diz que o governo está presente na ilha.
Em uma coletiva à imprensa disse que um escritório será aberto em Lampedusa. "O primeiro
a ser deslocado ao nosso escritório será o assessor para o Território, Gianmaria Sparma,
que além de tudo é lampedusano. Queremos estar fisicamente próximos aos cidadãos da
ilha até que o problema seja resolvido", afirmou.
A maior parte dos imigrantes
está no centro de acolhimento, com capacidade para no máximo 850 – cerca de 4.800.
Cerca de 212 refugiados estão num abrigo providenciado pela Igreja. Nesta quarta-feira
o arcebispo de Agrigento, Dom Francesco Montenegro chegou à Ilha para uma visita pastoral.
"O meu desejo é que Lampedusa se descongestione o mais rápido possível. Não
é possível viver enquanto pessoas pessoas passam a noite dentro d´água, ou sobre
bancos no porto, que juntam jornais e revistas para criar um teto, como se estivessem
em canis. Isso com certeza não levará a serenidade aos corações", relatou Dom Francesco
ao correspondente da Rádio Vaticano em Lampedusa. (RB)