Cidade do Vaticano, 23 mar (RV) – Milhares de civis já atravessaram a fronteira
da Líbia em direção ao Egito. O alto comissariado da ONU para os refugiados emitiu
um alerta humanitário após o início dos ataques da coalizão internacional. A preocupação
é prestar assistência, que com a grande quantidade de pessoas em fuga se torna o maior
desafio na região.
Segundo Lawrence Yolles, delegado do alto comissariado
para o sul da Europa, 137 mil pessoas já atravessaram a fronteira Líbia-Egito. Destes,
79 mil são egípcios que estão tornando ao país. Os líbios são em torno de 20 mil e
podem entrar no Egito sem maiores problemas e que conseguem se sustentar, mesmo que
com recursos escassos. Quem enfrenta restrições são os cidadãos da Eritreia, Somalis
e Sudaneses, por exemplo, que não tem permissão para entrar no Egito e também por
vários motivos não querem retornar a seus países e acabam bloqueados na fronteira
e ali permanecem. Pensamos que se a guerra continuar na Líbia logo veremos grupos
de líbios que fugirão às pressas e não terão as mesmas condições dos primeiros cidadãos
líbios que chegaram ao Egito. Portanto, precisarão de amparo mais concreto, conclui.
A embaixatriz brasileira em Trípoli, Selme Fernandes, de passagem por Roma
enquanto tentava voltar à Líbia, analisa o motivo que leva tantas pessoas a deixarem
o país em guerra. "Eles estão vivendo uma coisa mas estão ouvindo outra completamente
diferente. Então isso gera uma confusão tão grande e, ao avaliar com serenidade o
que está acontecendo, a primeira coisa que eles fazem é querer fugir, querer escapar",
argumenta. (RB)