2011-03-23 12:59:42

DIVULGADO DECRETO SOBRE ESTUDOS ECLESIÁSTICOS


Cidade do Vaticano, 23 mar (RV) - “A nossa época precisa de filosofia”: foi o que disse o Prefeito da Congregação para a Educação Católica. Cardeal Zenon Grocholewski, apresentando ontem na Sala de Imprensa da Santa Sé o Decreto de reforma dos estudos eclesiásticos de filosofia. Estiveram presentes no encontro com os jornalistas Dom Jean-Louis Bruguès, secretário do Dicastério, e o Reitor Magnífico da Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, Charles Morerod.

Durante a coletiva de imprensa, o Cardeal Grocholewski explicou que a reforma se deve “por uma parte à debilidade da formação filosófica em muitas instituições eclesiásticas com a ausência de pontos precisos de referência, sobre tudo sobre as matérias de ensino e a qualidade dos docentes”. “Por outra, está a convicção manifestada na encíclica 'Fides et ratio' de João Paulo II (1998), da importância da filosofia em seu componente metafísico, e o conhecimento de que a filosofia é indispensável para a formação teológica".

Por isso, disse o Cardeal, o Decreto da Congregação “pretende revalorizar a filosofia sobre tudo à luz da 'Fides et ratio' recuperando sua vocação originária, ou seja a busca da verdade e sua dimensão sapiencial e metafísica”.

O Prefeito da Congregação para a Educação Católica, explicou em seguida que os documentos normativos sobre os estudos eclesiásticos, e portanto, sobre a filosofia, são a Constituição apostólica de João Paulo II Sapientia christiana (1979) e as relativas normas aplicativas da Congregação para a Educação Católica emanadas esse mesmo ano. “Não obstante temos – prosseguiu - 'Ecclesia semper est reformanda' (a Igreja sempre se renova) para responder às novas exigências da vida eclesiástica nas diversas circunstâncias histórico-culturais. E isto corresponde também à realidade acadêmica”.

O texto final do decreto foi ratificado durante encontro ordinário da Congregação em 2010 e o Papa Bento XVI aprovou “de forma específica” no último mês de janeiro as modificações à constituição apostólica "Sapientia Christiana" confirmando “em forma comum” o resto do texto.

Na conferência de apresentação da reforma também participou Dom Jean-Louis Brugues, Secretário da Congregação para a Educação Católica, que assinalou que com essas modificações os estudos teológicos durarão a partir de agora três anos para o bacharelado, e se acrescenta ao currículo de estudos o curso de lógica. A reforma corresponde também ao corpo docente que deve ser estável e adequadamente qualificado.

A reforma também abrange o primeiro ciclo das faculdades eclesiásticas de teologia e dos Institutos filiados em teologia e se centra na duração da formação precisando que “as disciplinas estritamente filosóficas devem constituir pelos menos 60% do número de créditos dos dois primeiros anos”. Este pressuposto é válido também para os Seminários Maiores afiliados. (SP)







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