Cidade do Vaticano, 22 mar (RV) – Já passa de 5.400 o número de refugiados
na Ilha de Lampedusa, a maior parte de tunisianos. A ilha que é o território italiano
mais próximo ao continente africano, numa distância de apenas 70km, é palco de inúmeros
desembarques ilegais desde o início das tensões no mediterrâneo.
O enviado
da Rádio Vaticano, Massimiliano Menichetti, revela que os cidadãos de Lampedusa se
dizem abandonados e que para os imigrantes ilegais a Itália não é o objetivo final.
Em
busca do Eldorado
Menichetti relata que o centro de acolhimento, que pode
receber 800 imigrantes (1.000 no máximo), está em colapso higiênico-sanitário. Segundo
o enviado, os habitantes da ilha se dizem próximos aos imigrantes, mas se sentem abandonados
pelo governo italiano. Os habitantes da ilha contestam e dizem não a criação de áreas
com tendas para que os imigrantes possam passar a noite. Menichetti segue dizendo
que a falta de abrigos provoca insegurança durante a noite. Ele relata que nesta noite,
como na noite passada, os imigrantes acamparam sozinhos, fizeram fogueiras para espantar
o frio, próximo aos locais onde desembarcaram. Outros circularam toda a noite, teve
também aqueles que telefonaram para casa, e quem revirava as latas de lixo em busca
de alimento, não dão entrevistas por medo. Muitos dizem que não querem permanecer
na Itália. A França é o Eldorado para eles, conclui.
Falsos líbios
Já
os 191 imigrantes que desembarcaram ontem, na Costa de Catania, disseram ser refugiados
líbios eram, na verdade, egípcios que partiram de Alexandria e que mentiram para tentar
conseguir o status de refugiados políticos. (RB)