Cidade do Vaticano, 21 mar (RV) - Bento XVI recebeu, nesta segunda-feira, o
primeiro grupo da Conferência Episcopal da Índia, em visita ad Limina.
A Igreja
na Índia está engajada no campo da educação e da assistência aos pobres, sobretudo
aos dalits. Não obstante a disponibilidade ao diálogo inter-religioso, a minoria católica
sofre discriminação e violência, como aconteceu no Estado de Orissa, em 2008.
O
Arcebispo de Mumbai, Dom Oswald Gracias, presidente da Conferência Episcopal da Índia,
"falando sobre a violência contra os cristãos em Orissa, ressaltou que, infelizmente,
o governo local e a polícia viram passivamente as agressões contra os cristãos. Com
isso os agressores pensam que podem fazer o que quiser, pois a polícia e o Governo
fingem não ver e dão uma mensagem errada. Isso é injusto e estamos lutando para mudar
as coisas". Dom Gracias ressaltou que tem muita confiança nas comunidades hinduísta,
muçulmana e de outras religiões.
Em relação ao diálogo inter-religioso, o prelado
frisou que existem boas relações entre a Igreja Católica e outras comunidades religiosas.
"Por ocasião do 25° aniversário da viagem apostólica de João Paulo II à Índia, celebrados
em fevereiro passado, promovemos um encontro presidido pelo enviado especial do Papa,
Cardeal Murphy O'Connor, que contou com a participação de líderes hinduístas, muçulmanos
e cristãos que falaram sobre moral e a influência da religião na sociedade. Foi um
encontro positivo para o diálogo inter-religioso. Estamos fazendo progressos e encorajando
o nosso povo a ter um diálogo de vida e de obras, mesmo sabendo que ainda existe muita
coisa a ser feita tanto da nossa parte quanto da parte de outros expoentes religiosos"
- frisou o prelado.
"A Igreja na Índia pode oferecer muito ao mundo, começando
pela profunda religiosidade do povo indiano. A Índia é um país que está fazendo grandes
progressos econômicos e não obstante isso, a religião permanece um elemento importante"
– sublinhou Dom Gracias.
"Nós indianos podemos dizer ao mundo que as pessoas
de várias religiões podem viver juntas na paz, no mor, na harmonia e na compreensão
recíproca, todos à busca de Deus" - concluiu o Arcebispo de Mumbai. (MJ)