Os cristãos da Terra Santa não se resignem á falta da paz. Congregação para as Igrejas
Orientais apela à solidariedade para a próxima colecta anual de sexta-feira Santa
(21/3/2011) O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, um organismo da
Santa Sé, apelou hoje à generosidade das comunidades católicas para com os cristãos
na Terra Santa, considerando que estes “experimentam a actualidade do martírio”. Na
mensagem enviada às dioceses por ocasião da colecta anual de sexta-feira Santa, este
ano celebrada a 22 de Abril, o cardeal Leonardo Sandri destaca que as Igrejas do Médio
Oriente sofrem pela “instabilidade ou ausência da paz”, levando a um “êxodo contínuo”
de cristãos. Segundo este responsável, existe um “acirramento da violência contra
os cristãos nas regiões orientais, cujas consequências se sentem fortemente na Terra
Santa”. “Algum sinal positivo nestas situações não é suficiente, de facto, para
inverter a dolorosa tendência da emigração cristã, que empobrece a área toda das forças
mais vitais constituídas pelas jovens gerações”, assinala ainda. Segundo o cardeal
argentino, “a Terra Santa espera na fraternidade da Igreja Universal e deseja retribuir-lhe
através da partilha de uma experiência de graça e de dor que caracteriza o seu caminho”. O
prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais não deixa de encorajar os cristãos
de Jerusalém, Israel e Palestina, da Jordânia e dos países vizinhos, citando homilia
conclusiva do Sínodo para o Médio Oriente, proferida por Bento XVI em Outubro de 2010:
“A paz é possível. A paz é urgente. A paz é condição indispensável para uma vida digna
da pessoa humana e da sociedade”. “O presente apelo à Colecta inscreve-se na causa
da paz, de que os irmãos e as irmãs da Terra Santa desejam ser instrumentos eficazes
nas mãos do Senhor para o bem de todo o Oriente”, precisa o cardeal Sandri. A Igreja
Católica na Terra Santa inclui os fiéis de rito latino, reunidos na diocese Patriarcal
de Jerusalém na Custódia Franciscana, bem como as comunidades melquita, maronita,
síria, arménia e caldeia, com tradições próprias.