Roma, 21 mar (RV) - O Presidente da Pax Christi Itália publicou hoje um comunicado
a respeito da guerra na Líbia.
Emudecidos, desconcertados, os integrantes
deste movimento católico internacional pela paz nascido em 1945 na França se dizem
‘sem palavras, enquanto as armas falam’.
“O regime de Kadafi sempre mostrou
seu rosto tirânico. Assim como outros, Pax Christi denunciou as conivências daqueles
que, como a Itália, forneciam armas sem nada dizer sobre os direitos humanos violados
na Líbia, sobre o trágico destino dos imigrantes recusados, sobre aqueles que morrem
no deserto ou em prisões líbias: “O Coronel já guerreava com seu povo quando era nosso
aliado e amigo!”.
Dom Giovanni Giudici lembra que esta operação militar, apesar
de autorizada pela comunidade internacional, vai levar mais dor a uma área tão delicada
a explosiva, cheia de incógnitas. E diante disso, o movimento propõe cinco passos
de esperança e uma visão de fé:
O primeiro é que a opinião pública deve pedir
uma mudança na gestão política internacional. Nem todos os caminhos diplomáticos foram
percorridos.
Em segundo lugar, sente-se a falta de uma política que garanta
o direito dos povos à autodeterminação.
Depois: porque se render à lógica das
armas? É o que nos perguntam os povos na Bósnia, Sérvia, Kossovo e Iraque.
É
preciso também um esforço para que o atual ataque armado não se transforme em uma
guerra de religião.
E enfim, a Pax Christi continua sua campanha pelo desarmamento
e contra a produção de aviões de guerra F-35 e recorda as palavras de João Paulo II,
que definia os fenômenos bélicos de hoje como “aventura sem retorno”, “espiral de
luto e violência”, “abismo do mal”, “suicídio da humanidade”, “crime”, “tragédia humana
e catástrofe religiosa”.
Nesta perspectiva, o movimento pacifista recorda que
“quem é discípulo do Evangelho tenta sempre entender quais são as cumplicidades, omissões
e culpas. E ao mesmo tempo, com todo instrumento de ação cultural, tende a focalizar
a verdade em Deus e no homem. (CM)