IÊMEN: LÍDERES RELIGIOSOS APELAM PELO FIM DA REPRESSÃO
Sanna, 21 mar (RV) - Continua muito alta a tensão no Iêmen: Líderes religiosos
exortaram soldados e policiais a desobedecer às ordens de atirar contra os manifestantes,
depois do massacre na última sexta-feira.
Depois da oração semanal, milhares
de pessoas ocuparam a praça em frente à Universidade de Sanaa e as avenidas adjacentes,
na maior manifestação desde o início dos protestospara exigir a saída do presidente
Ali Abdullah Saleh.
A praça da Universidade é o epicentro dos protestos e na
sexta-feira foi cenário da sangrenta repressão que deixou 52 mortos e 126 feridos,
quando homens armados - partidários do regime, segundo os manifestantes - dispararam
contra a multidão. Hoje, o balanço das vítimas está em 72 mortos.
Em protesto
contra a dura repressão do regime, o governo perde seu terceiro ministro: a titular
da pasta de Direitos Humanos, Houda al-Baan, renunciou ao cargo, advertindo para o
uso excessivo da violência – apoiado também por Ekmeledin Hasan Oglo, Secretário da
Conferência islâmica, organização que reúne 56 países islâmicos.
Também a
Conferência Islâmica colocou em alerta o regime de Sanaa sobre o uso da força em manifestações
pacíficas.
Em comunicado, o secretário da organização, Ekmeledin Hasan Oglo,
pediu que os responsáveis pelo massacre sejam perseguidos e solicitou o diálogo para
uma solução pacífica da crise no país. (CM)