Armagh, 21 mar (RV) - Um ano após a Carta Pastoral de Bento XVI aos católicos
da Irlanda depois dos episódios dos abusos contra menores, a Conferência Episcopal
do país, por iniciativa do Primaz e Arcebispo de Armagh, Cardeal Sean Brady, publicou
uma resposta pastoral dos bispos intitulada “Em direção da cura e da renovação”, que
foi distribuída sábado nas paróquias. Os abusos contra crianças por parte de sacerdotes
foram um erro terrível, mas foi também a inicial e inadequada resposta da Igreja que
deixou nas vítimas outra profunda ferida difícil de cicatrizar. Assim os bispos da
Irlanda iniciam o documento de 16 páginas, divulgado por ocasião do primeiro aniversário
da Carta que o Santo Padre enviou após a publicação de dois relatórios de 2009 sobre
casos de violência contra menores, que se verificaram dentro de instituições católicas
e no clero da arquidiocese de Dublin.
"Em direção da cura e da renovação”,
na verdade, quer ser uma resposta pastoral à dor das crianças abusadas, afrontada
através de seis etapas: a oração pelas vítimas, a escuta de suas histórias, apoio
espiritual, a construção de uma futuro seguro para as crianças dentro da Igreja, a
renovação das dioceses, das Congregações religiosas e da sociedade, em colaboração
com o Conselho Nacional para a Proteção das Crianças na Igreja Católica da Irlanda,
e apoio financeiro para as organizações que se ocupam de prevenção e proteção de menores.
A oração, em especial, tem um papel fundamental neste processo de renovação,
sublinham os bispos no documento, propondo dedicar cada primeira sexta-feira do mês
ao jejum e à liturgia penitencial em reparação aos abusos do clero e à culpa da Igreja
que não se colocou prontamente a ouvir as vítimas. O Cardeal Brady também salientou
que, como a publicação do documento seja um sinal tangível da Igreja da Irlanda para
com os seus filhos vítimas de abusos, cuja fé em Deus e na Igreja foram duramente
danificadas: no mês passado A Conferência Episcopal da Irlanda, em colaboração com
a Conferência dos Religiosos da Irlanda e da União Missionária Local, lançou um amplo
serviço de apoio e aconselhamento e uma linha telefônica gratuita e confidencial,
que coloca as vítimas em comunicação com especialistas e profissionais. (SP)