São José do Rio Preto, 19 mar (RV) - Na dimensão da Campanha da Fraternidade
de 2011, somos provocados a construir uma “terra sem males”, uma sociedade que seja
marcada pela justiça e pela paz. Sabemos dos desafios modernos para isto, mas é aí
que vamos encontrar as bênçãos divinas para o povo. Muitas pessoas passam por situações
difíceis, e até conflitantes. Outras vivem mergulhadas no mundo ilusório e numa felicidade
insustentável. O próximo passo poderá ser uma real insatisfação e desespero. Não podemos
trilhar uma história sem esperança e sem fé. A falta de uma fé comprometida faz
com que a vida fique sem rumo, vazia de perspectivas e distante do Deus da vida. A
vida transfigurada exige rompimento com as seguranças que impedem a caminhada na direção
apontada pela vontade de Deus. O projeto do Criador indica um mundo sem exploração
e sem fome. Ele quer um caminho de liberdade, uma sociedade sem opressão e uma ação
nova para o bem da vida. Isto é impossível acontecer sem uma expressão concreta de
fé e de confiança num mundo novo. Ser pessoa transfigurada não significa rejeitar
a tradição passada, mas assumir nova dimensão dentro do novo contexto da sociedade.
Os projetos vividos hoje se manifestam também de forma nova. Até dizemos que vivemos
numa nova manifestação divina. É importante levar em conta o relato bíblico, que
diz: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt
16,24). Este é o fato real da transfiguração, de saída do alto da montanha para enfrentar
a vida concreta. A cena da transfiguração bíblica revela uma passagem do antigo
para os novos tempos. É como ruptura com uma cultura arcaica, sem vigor e esperança,
para uma realidade nova e regada de condições para uma cultura de vida. Hoje somos
chamados a assumir a fé e a total confiança em Deus. Ele sustenta os nossos passos
na verdade, na justiça e no amor. Por isto é importante a coerência entre fé e vida,
dando testemunho de doação alegre e fraterno.
Dom Paulo Mendes Peixoto Bispo
de São José do Rio Preto.