2011-03-19 12:29:57

EDITORIAL: QUE AS FLORES DESABROCHEM


Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - Desde o último dia 11 de março o mundo, estarrecido, tem o olhar fixo na tragédia que atingiu o povo japonês, ceifando até o momento mais de 17 mil vidas. As imagens do terremoto e do tusnami que em minutos concelaram a vida e os bens materiais de milhares de pessoas fizeram a volta ao mundo e entraram em nossas casas de chofre, sacuindo a nossa impassividade diante de tamanho desastre. Os japoneses, - no Brasil temos maior população nipônica fora do Japão, são cerca de 1,5 milhão de pessoas, das quais aproximadamente 1 milhão vive no Estado de São Paulo - ficaram profundamente abalados com as destruições causadas pelo terremoto de 9.0 na escala Ritcher. Infelizmente – escreve à Rádio Vaticano um missionário brasileiro que vive no Japão, Padre Olmes Milani - a grande mídia destaca quase que exclusivamente a tragicidade “deixando de lado as flores que teimam em desabrochar mesmo em terra arrasada”. Sem dúvida o povo japonês já deu testemunho de fortaleza, de persistência, de trabalho abnegado e de amor à sua terra quando reconstruiu as cidades de Tóquio e Yokohama, destruídas pelo grande terremoto de 1923 que causou a morte de 150 mil pessoas. Lembramos que o país foi arrasado por duas bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial.
Vemos através das imagens que nos chegam dos lugares da tragédia, a dignidade de um povo que silencioso, mas não resignado, se dispõe a levantar a cabeça e a reconstruir o que destruiu o maior desastre depois da II Guerra.
Padre Olmes no seu relato à Rádio Vaticano nos diz que no drama em que o país vive podemos ressaltar algumas coisas que certamente contribuirão para diminuir um pouco os sofrimentos das vítimas. A pequena Igreja Católica no Japão, logo no dia seguinte da grande tragédia convocava as paróquias e as comunidades para contribuirem com a Caritas do Japão para ir ao encontro das necessidades dos sobreviventes da catástrofe. Os católicos são somente 0,5% da população, mas seu óbulo que está sendo depositado será muito valioso para as vítimas. A pequena comunidade de católicos quer dar a sua contribuição. Contribuição que o próprio Papa não deixou de fazer, enviando no início da semana 100 mil dólares à Conferência Episcopal daquele país.
Outro dado importante e que não ganha as manchetes do jornais é a presença dos trabalhadores estrangeiros que foram ao país do “Sol nascente” em busca de oportunidades de vida melhor. Eles estão se unindo para compartir o pouco que possuem com quem perdeu tudo, menos a vida. Entres os imigrantes, - sulbinha o missionário Olmes - especialmente os brasileiros, merecem destaque neste momento dificil da história do Japão. “Embora, constituindo a classe mais pobre do país estão escrevendo seu capitulo de solidariedade para com a sociedade que os acolhe. Em diversas províncias formaram-se grupos espontâneos, ou com o apoio das igrejas cristãs e de associações de qualquer natureza para organizar coletas de água e comida para as vítimas”; uma esperança para quem tudo perdeu.
O drama neste momento se consuma também com o temor da Central atômica de Fukushima, onde continuam os esforços para resfriar os reatores e evitar que os níveis de radiação continuem a subir; um tema que diz respeito ao mundo inteiro e que fez com que os grandes governos da terra fizessem uma pausa de reflexão sobre a energia atômica.
Diante de imane tragédia o que devemos fazer por primeiro é rezar para que os nossos irmãos japoneses tenham esperança; obviamente é necessária uma ajuda material e concreta. Estamos certos de que a determinação e a operosidade do povo japonês, apoiado pela comunidade internacional, “fará o sol da alegria brilhar novamente para que na terra arrasada, as flores voltem a desabrochar”. (SP) RealAudioMP3








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