VATICANO NAS REDES SOCIAIS EM HOMENAGEM A JOÃO PAULO II
Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - Falta pouco mais de um mês para aquela que
será, sem dúvidas, a maior celebração de 2011 aqui na Cidade do Vaticano. A missa
de beatificação de João Paulo II está marcada para domingo, dia primeiro de maio.
Esta
semana, a Santa Sé, numa atitude inovadora, criou páginas no Facebook e Youtube em
homenagem a João Paulo II. Em poucos dias, milhares de usuários passaram a seguir
as atualizações diárias, principalmente de vídeos que relembram o papado de João Paulo
II.
Em ordem cronológica, os vídeos começam a partir de 1978, quando o então
arcebispo de Cracóvia, Polônia, Karol Wojtyla, foi eleito novo bispo de Roma e assumiu
o comando da Igreja, adotando o nome de João Paulo II, em 16 de outubro de 1978.
Habemus
Papam
Após o anúncio, já como Papa, Karol Wojtyla fez seu primeiro pronunciamento
aos milhares de fiés na praça de São Pedro.
"Irmãos e irmãs. Estamos todos
ainda consternados pela morte do amado papa João Paulo I. Digo a todos que os cardeais
convocaram um novo bispo de Roma. E eles o chamaram de um país distante (...) longe
mas sempre próximo a comunhão na fé e na tradição cristã. Eu tive medo de receber
esta nomeação, mas a aceitei no espírito de obediência ao Nosso Senhor e na confiança
plena na mãe de Deus, Santa Maria. Também não sei se poderei me fazer compreender
na sua(...)aliás, na nossa língua italiana se eu errar, corrijam-me".
A humildade
que marcou o primeiro discurso acompanhou o papa durante todo seu pontificado. Em
1979, começou a série de mais de 100 viagens apostólicas ao redor do mundo ao longo
de 26 anos de papado. Um ano mais tarde, foi ao Brasil pela primeira vez. Era início
da década de 1980, o Brasil vivia uma época de transição. A ditadura militar ainda
governava com braço de ferro, mas os primeiros gritos pela democracia já começavam
a não ser mais sufocados. Ao tocar o solo brasileiro, na capital federal, no dia 30
de junho o papa falou pela primeira vez em território brasileiro.
"Não foi
sem grande e profunda emoção que beijei há pouco o bom e generoso solo brasileiro.
Este gesto repetido 13 vezes já – tantos são os países que tive a alegria de visitar
como papa – acabo de realizá-lo com o calor e a espontaneidade de algo que se fez
pela primeira vez, e, portanto a comoção da primeira vez. Ele queria significar um
primeiro e silencioso agradecimento à acolhida que me fez este país, a qual, por mil
sinais mais ou menos perceptíveis, sinto carregada de fervor e de afeição(...)Em meio
às ansiedades e incertezas e, por que não dizê-lo?, aos sofrimentos e agruras do presente
poderá gestar-se um país que amanhã ofereça muito à grande solidariedade internacional.
Queira deus que esta perspectiva ajude o Brasil a construir um convívio social exemplar,
superando desequilíbrios e desigualdades, na justiça e na concórdia, com lucidez e
coragem, sem choques nem rupturas este será certamente um eminente serviço à paz internacional
e, portanto, à humanidade".
Um ano depois da viagem ao Brasil, em 1981, enquanto
passava com o papa-móvel pelo meio da praça São Pedro acontecera aquilo que ninguém
esperava.
O papa foi atingido por três tiros disparados com uma pistola nove
milímetros pelo estudante turco Mehmet Ali Agca, então com 23 anos. João Paulo II
recuperou-se rapidamente dos ferimentos e seguiu com as viagens apostólicas. Voltou
ao Brasil mais duas vezes. Uma em 1991 e, pela última vez em 1997, no Rio de Janeiro,
quando disse uma frase que jamais será esquecida pelos brasileiro.