SUDÃO: COMPROMISSO DAS IGREJAS PELOS DIREITOS HUMANOS
Cartum, 16 mar (RV) - "As Igrejas no Sudão permanecerão vigilantes e não ficarão
em silêncio diante da injustiça ou da violação dos direitos humanos no país." Este
foi o compromisso que emergiu na reunião do Conselho das Igrejas do Sudão (SCC), realizada
recentemente em Juba.
Os líderes religiosos analisaram a situação criada depois
do referendo, de janeiro passado, para a independência do sul do Sudão e os desafios
que os dois futuros Estados deverão enfrentar.
Na declaração final, o Conselho
das Igrejas do Sudão expressam sua satisfação pela realização pacífica do referendo,
mas se entristecem por terem de condenar, mais uma vez, toda forma de violência, tortura
e expulsão de pessoas inocentes, numa fase em que deveria, finalmente, prevalecer
a paz.
A mensagem ressalta que os problemas na origem da guerra permanecem
sem soluções. Os líderes cristãos se comprometem a "intensificar seus esforços a fim
de reconciliar o povo sudanês e construir duas nações pacíficas e justas".
A
declaração, assinada pelo presidente do Conselho das Igrejas do Sudão, Rev. Ezekiel
Kondo, evidencia que também depois de 9 de julho, data em que será declarada oficialmente
a independência do Sul do Sudão, os dois novos Estados permanecerão multiétnicos,
multiculturais e multirreligiosos e que as Constituições que serão elaboradas deverão
considerar essa realidade.
Enfim, as Igrejas cristãs sudanesas se empenham
a respeitar e a aplicar plenamente os valores éticos que defendem e a elaborar Constituições
que contemplem esses valores. (MJ)