Cidade do Vaticano, 16 mar (RV) - Preocupação e angústia - refere o jornal
vaticano L'Osservatore Romano - foram expressas pelo Arcebispo anglicano de Cantuária,
Dr. Rowan Williams, em uma carta enviada a vários chefes da Comunhão Anglicana, devido
às ameaças diárias e às perseguições contra os irmãos e irmãs cristãos que vivem em
países com maior risco no mundo. Por ocasião da Páscoa que se aproxima o Arcebispo
Williams convidou todos os fiéis a "rezarem para que nos aproximemos ainda mais da
realidade do amor de Cristo e de seu sacrifício por nós, a fim de que seu espírito
nos atinja de modo mais poderoso e nos permita compartilhar esse amor com o mundo.
Nossos pensamentos – explica o primaz da Comunhão Anglicana - são dirigidos especialmente
aos líderes e aos povos do Oriente Médio e de Jerusalém, obrigados a enfrentar diariamente
instabilidades e incertezas. Recordamos também o nosso bispo de Jerusalém, ainda à
espera de uma clarificação do seu direito de residência. Pensamos com angústia nos
sofrimentos e angústias da Igreja no Paquistão, no âmbito dos brutais assassinatos
que se verificaram nas últimas semanas”.
Os contínuos ataques contra as comunidades
cristãs em algumas partes da Nigéria são uma fonte de profunda angústia e preocupação
com a Comunhão Anglicana. A este propósito, Williams lembrou o recente encontro com
o primaz anglicano na Nigéria, durante o qual eles discutiram a necessidade dos cristãos
ao redor do mundo de manter alta a atenção sobre este assunto com os seus governos.
“No Zimbabwe - continua a carta - a nossa comunidade ainda está sob constante ataque
por causa da sua posição corajosa pela justiça. No sul do Sudão, após o referendo,
que foi mais calmo do que nós ousamos esperar, se deve enfrentar o enorme desafio
de contribuir para a formação de uma nova nação. A atual situação na área de Abyei
evidencia que o risco de novos conflitos e deslocamentos de populações está longe
de ser uma coisa do passado. Agradecemos os nossos irmãos e irmãs que continuam a
trabalhar num espírito de sacrifício nas situações de desastres naturais, mostrando
como o amor de Deus em Cristo pode inspirar uma preocupação verdadeira e valiosa para
toda a comunidade”.
Uma oração especial, na mensagem escrita antes dos trágicos
acontecimentos no Japão, é também dirigida aos cidadãos de Christchurch, Nova Zelândia,
após o terremoto que causou muitas vítimas e destruiu a catedral, junto com muitas
outras igrejas anglicanas.
“Ali, como no Haiti e Paquistão no ano passado,
a Igreja demonstrou para além de qualquer dúvida que é uma presença eficaz na ajuda
de uma comunidade devastada. O cenário que está diante de nós – continua Williams
- é em muitos aspectos escuro. Mas o que é milagroso, como sempre, é a fidelidade
dos fiéis em meio a esses acontecimentos. Os cristãos no Paquistão ou no Egito ainda
continuam teimosamente a amar seu vizinho e seu inimigo e se recusam a se adaptar
aos modelos do mundo. Estes eventos também nos lembram da importância da fraternidade
em todo o mundo. (SP)