PREOCUPAÇÃO DOS BISPOS MALGAXES PELA CRISE POLÍTICA NO PAÍS
Antananarivo, 12 mar (RV) – Os bispos de Madagascar estão preocupados com a
crise política no país.
Pequenos passos foram dados rumo a uma solução da
crise política que estourou dois anos atrás, em Madagascar. Andry Rajoelina é a autoridade
de transição que guia o país depois do golpe de Estado ocorrido, em 2009, contra o
presidente Marc Ravalomanana.
Segundo o Bispo de Farafangana, Dom Benjamin
Marc Ramaroson, "o país está ainda numa fase de transição e quanto mais ela se prolonga,
mais as dificuldades aumentam. Os malgaxes se encontram diante de muitos problemas
cotidianos, como a falta de assistência médica e desemprego. Além disso, o país foi
atingido por calamidades naturais, como o ciclone Bingiza que em fevereiro passado
provocou mais 34 mortos e mais de 200 mil feridos. Uma situação de pobreza e violência
que gera outra violência", ressaltou Dom Ramaroson.
Sobre a possibilidade
de realizar eleições, em 2011, o prelado disse: "temos ainda muito caminho a percorrer.
Todos os dias aparecem problemas na vida política do país. É verdade que desde o início
nós bispos afirmamos que o fim da crise poderia acontecer através das eleições, mas
é preciso que elas sejam transparentes e justas". Ao mesmo tempo a Igreja malgaxe
reitera a necessidade de um Conselho Eleitoral Nacional independente e a urgência
de fazer primeiro as eleições legislativas e depois as presidenciais. "Precisamos
de uma política a serviço do bem comum e não do enriquecimento pessoal. Queremos também
reforçar a presença das comissões Justiça e Paz nas dioceses, a fim de favorecer a
difusão da Doutrina Social da Igreja" – concluiu Dom Ramaroson. (MJ)