2011-03-12 13:17:59

Conjugar harmonicamente solidariedade e subsidiariedade: a recomendação do Papa aos responsáveis das autarquias locais italianas


(12/3/2011) Subsidiariedade e solidariedade são os dois princípios que hão-de permitir conjugar harmonicamente a unidade da nação italiana (que agora celebra os seus 150 anos) e a pluralidade das comunidades locais: recordou-o Papa ao receber neste sábado de manhã no Vaticano a Associação Nacional das Autarquias. Bento XVI sublinhou a importância que assume hoje em dia o tema da cidadania, no contexto da globalização e dos fluxos migratórios que a caracterizam.

Evocando a origem dos municípios italianos – “expressões de uma comunidade que se encontra, dialoga, faz festa e projecta conjuntamente”, o Santo Padre reconheceu que também hoje se sente a necessidade de pertencer a uma comunidade fraterna, onde por exemplo a paróquia e a freguesia contribuam para um modus vivendi justo e solidário, não obstante as tensões e dificuldades da vida moderna.
A multiplicidade das realidades locais – observou Bento XVI – não entra em contradição com a unidade da nação:
“Unidade e pluralidade são, em níveis diversos, incluindo o eclesiológico, dois valores que se enriquecem mutuamente, se mantidos no justo e recíproco equilíbrio. Há dois princípios, típicos do ensinamento social da Igreja, que consentem esta harmónica com-presença entre unidade e pluralidade: da subsidariedade e da solidariedade”.

A subsidiariedade – “expressão da inalienável liberdade humana” (explicou o Papa), é antes de mais ajuda à pessoa, através dos corpos intermédios. Ajuda que intervém quando a pessoa e os sujeitos sociais dela carecem, mantendo-se sempre o máximo de liberdade e de margem de responsabilidade.

“O princípio de subsidariedade há que o manter estreitamente ligado ao princípio da solidariedade, e vice-versa. Sem solidariedade, a subsidiariedade decai no particularismo social; mas também a solidariedade, sem subsidiariedade, degenera num assistencialismo que humilha quem carece da ajuda”.

A concluir a sua alocução aos membros da Associação dos Municípios italianos, Bento XVI fez ainda referência ao tema da cidadania que (disse) “constitui um dos âmbitos fundamentais da vida e convivência das pessoas:

“Hoje em dia a cidadania coloca-se no contexto da globalização, a qual se caracteriza pelos grandes fluxos migratórios. Perante esta realidade,, há que saber conjugar solidariedade e respeito pelas leis, sem subverter a convivência social e tendo em conta os princípios do direito e da tradição cultural e mesmo religiosa ligada à origem da Nação italiana”.








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