Moscou, 11 mar (RV) - “Não vamos substituir o trabalho com o ócio que não alimenta
a alma. A ociosidade é um passatempo vazio”. Com estas palavras, o Patriarca de Moscou
e de todas as Rússias, Kirill, abriu na última segunda-feira na Catedral da Santíssima
Trindade, no Mosteiro de São Daniel, em Moscou, o “Grande Jejum” ortodoxo, o equivalente
à Quaresma católica. “A alma de um homem preguiçoso”, prosseguiu o patriarca, “é uma
coisa perigosa para a sua vida física e espiritual”, enquanto a ociosidade muitas
vezes gera ódio contra o gênero humano.
“O trabalho é uma das maiores virtudes
cristãs e é um instrumento também para trabalhar sobre si mesmo, enquanto uma pessoa
ociosa é também uma pessoa desarmada que não tem armas para combater o mal”.
No
mesmo dia, refere a agência de notícias AsiaNews, o líder da Igreja Ortodoxa russa
falou sobre a importância da esperança, ”o mais impressionante fruto da fé”. “A esperança
em Deus”, advertiu Kirill, “não exime a pessoa de assumir as suas responsabilidades.
A fé nos dá a força para resolver qualquer problema, enquanto aqueles que negam a
fé e a esperança são propensos a cair no desânimo, que é uma força negativa que destrói
a vida humana”.
O Grande Jejum recorda os 40 dias de Jesus no deserto depois
de seu batismo. Trata-se, como para os católicos, de sete semanas de oração, arrependimento
e abstinência. Este é o período do ano litúrgico mais rigoroso para os fiéis: proibida
a carne, ovos, peixe, lacticínios e álcool. O longo período de preparação de corpo
e a alma à Ressurreição, culmina com o domingo de Páscoa, festa central do calendário
ortodoxo e que este ano coincide com a Páscoa da Igreja Católica, 24 de abril. (SP)