A Esmola é inseparável da religião, diz arcebispo de Évora. «Se quisermos receber,
temos que dar» salienta D. José Alves na mensagem quaresmal
(11/3/2011) O arcebispo de Évora, D. José Alves, considera que os donativos de bens
e dinheiro constituem uma das dimensões essenciais da espiritualidade cristã e das
suas celebrações litúrgicas. Em texto publicado no site da arquidiocese, o prelado
sublinha que “o cristão nunca pode esquecer que a esmola ultrapassa o nível dos gestos
filantrópicos para se tornar um gesto religioso”. Para D. José Alves, “a partilha
dos bens é um dos meios mais nobres e, porventura, mais eficaz” com vista “à conversão
do coração”, um dos objectivos da Quaresma que começa esta quarta-feira com a celebração
da missa onde se impõem cinzas sobre a cabeça dos fiéis, que as recebem como símbolo
de penitência e humildade. “Tendo em conta a difícil situação económica em que
se encontram muitas famílias no nosso país, [a esmola] será também o mais necessário
e urgente para ajudarmos a resolver os graves problemas por que estão a passar tantos
irmãos nossos”, escreve o arcebispo na mensagem quaresmal intitulada “Se quisermos
receber, temos de dar!” O documento recorda que a Bíblia, ao referir-se à esmola
e repartição de bens, inclui a partilha de “dons espirituais” e “o trabalho a favor
dos necessitados”, especialmente “solicitado a todos neste ano europeu dedicado ao
voluntariado”. José Alves anuncia que o fundo diocesano de apoio aos mais carenciados,
gerido pela Caritas local, vai ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que
os fiéis abdicam da compra de bens que adquirem habitualmente noutras épocas do ano,
reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo. O prelado recorda
que a Quaresma é marcada pela preparação para o baptismo, constituindo para os já
baptizados um “tempo de conversão, de purificação e de renovação interior”.