2011-03-09 11:07:26

ASIA BIBI TEME POR SEU FUTURO


Lahore, 09 mar (RV) - Asia Bibi, da sua cela de isolamento na prisão de Sheikhupura, Punjab, manifestou “tristeza e preocupação com a morte do ministro Shahbaz Bhatti”. Foi o que disse à agência Fides o seu advogado, que a visitou na segunda-feira. Asia está triste pela morte de uma pessoa que como “o Governador Taseer, a defendeu, expondo-se publicamente, e pagando com a vida”. O advogado, contatado através da “Masihi Foundation”, que presta assistência jurídica a mulher católica condenada à morte com a acusação de blasfêmia, destacou que “Ásia, disse-lhe que uma parte de suas esperanças morreu com Bhatti, mas há outros elementos que a ajudam esperar: o apoio de todos os cristãos no Paquistão e em todo o mundo e a visita de seus filhos, que se tornou possível após problemas burocráticos, nestes dias”.

Asia, entretanto, tem medo, pois poderia ser o próximo alvo dos grupos islâmicos radicais: nas proximidades da prisão de Sheikhupura foram colocados cartazes com a figura de Taseer e de Bhatti com um grande ponto de interrogação, acompanhados pela frase intimidadora: “Quem será o próximo?”. Os advogados de Ásia informaram que, dadas as tensões atuais, é preferível esperar um pouco antes de iniciar o recurso de apelação. E reafirmam, junto com todos os advogados cristãos do Punjab, a urgência de defender as minorias religiosas no Paquistão e proteger o “Estado de Direito”.

A “Associação dos Advogados Cristãos do Paquistão” organizou na segunda-feira uma manifestação pública em Lahore, do Palácio do Tribunal Superior até o Palácio do Parlamento do Punjab, envolvendo também Asma Jahangir, a mulher Presidente da Ordem dos Advogados, junto ao Supremo Tribunal Federal. O Presidente da Associação, Akbar Munawar Durrani recordou que o assassinato de Bhatti é um trágico testemunho do terrorismo e do extremismo que vive o país e pediu a abolição de todas as leis discriminatórias, a proibição de publicações que alimentam o ódio contra as minorias religiosas, e ação legal contra os líderes radicais islâmicos que pediram publicamente a morte dos expoentes das minorias religiosas, porque favoráveis a uma revisão da lei sobre a blasfêmia. “É óbvio que na raiz das perseguições, encontra-se a lei da blasfêmia: vamos continuar a pedir a sua revogação”, disse o Centro de Assistência Jurídica, Assistência e Liquidação, com sede em Londres, que defende muitas vítimas inocentes, acusadas de blasfêmia no Paquistão. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.