Brasília, 08 mar (RV) - Nesta quarta-feira, 9, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) abre oficialmente a Campanha da Fraternidade 2011 (CF), que tem por
tema: “Fraternidade e a Vida no Planeta” e lema: “A criação geme em dores de parto”
(Rm 8,22). O ato de lançamento nacional, aberto à imprensa, acontece no auditório
Dom Helder Câmara, na sede da CNBB, em Brasília, às 14h30, e será presidido pelo secretário
geral da Conferência dos Bispos, dom Dimas Lara Barbosa.
A programação será
bastante objetiva, iniciando com a apresentação da mensagem do Papa Bento XVI, saudando
a Campanha. Em seguida, o secretário executivo da CF, Padre Luiz Carlos Dias, exporá
os objetivos da Campanha, bem como a dinâmica de sua realização nas dioceses, paróquias
e comunidades do país. O secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, encerra
o ato falando sobre as expectativas da Igreja com a Campanha. Terminada a cerimônia,
dom Dimas atende os jornalistas, numa coletiva de imprensa.
Esta é a 47ª Campanha
da Fraternidade desde que foi criada em 1964. A conscientização sobre o aquecimento
global e as mudanças climáticas está entre os principais objetivos da Campanha. A
busca de ações que preservem a vida no planeta é outra meta da CF.
Com 124
páginas e dividido em quatro partes, o texto-base, carro-chefe da CF, apresenta o
conteúdo a ser discutido ao longo da Campanha. Na primeira, faz uma análise da realidade
procurando estabelecer as causas do aquecimento global e das mudanças climáticas.
Toca na relação que há entre o aquecimento global e as atividades humanas; questiona
o modelo energético do país; denuncia o desmatamento e as queimadas, responsáveis
por 50% da emissão de gases de efeito estufa no Brasil; interpela o agronegócio e
o atual modelo de desenvolvimento. A Campanha vai alertar, ainda, para a ameaça à
biodiversidade e para o risco da escassez de água no planeta.
A segunda parte
do texto-base busca na bíblia, na teologia e na palavra da Igreja a fundamentação
do tema e do lema da CF. Já na terceira parte, aponta diversas atitudes que podem
ser tomadas por pessoas, comunidades, governo, empresas e instituições, com o objetivo
de preservar a vida no planeta terra.
Para o secretário geral da CNBB, a Igreja
é motivada pela fé quando discute temas como o proposto pela CF deste ano. “A fé nos
torna específicos numa discussão como essa. A nossa fundamentação é teológica e se
baseia no próprio projeto de Deus para com a criação e para com o ser humano”, explica
dom Dimas. “A ecologia humana é um tema fundamental trazido pelo papa João Paulo II
e, depois, por Bento XVI. De acordo com o papa, o centro do universo está na pessoa
humana e, muitas vezes, as políticas públicas não levam em conta esses dois pontos,
principalmente as pessoas mais vulneráveis, os mais pobres”, acrescenta.
O
secretário executivo da CF, Padre Luiz Carlos Dias, diz que a preocupação da Igreja
com o meio ambiente está ligada à sua missão de defender a vida. “A Igreja demonstra
suas preocupações com o estado de nosso planeta, que precisa de cuidados para que
continue a oferecer as condições necessárias para a vida nele instalada”, disse o
secretário.
Esta não é a primeira vez que a CF aborda o tema meio ambiente.
Em 1979, a Campanha discutiu o tema “Preserve o que é de todos”; em 2004, “Fraternidade
e Água – Água, fonte de vida”; e, em 2007, a Amazônia foi lembrada: “Fraternidade
e Amazônia – vida e missão neste chão”. (SP-CNBB)