CARDEAL TURKSON SOBRE REFUGIADOS DO NORTE DA ÁFRICA: "ASSEGURAR JUSTO ACOLHIMENTO"
A TODOS
Roma, 06 mar (RV) - "Estimular o progresso e a equidade social, promover a
paz e a justiça, promulgar a doutrina social, conduzir à consciência e à paz." Essa
é a missão do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, recordada este fim de semana
pelo Presidente do organismo vaticano, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, no encontro
com os presidentes e os secretários-gerais das Comissões europeias justiça e paz,
reunidos em Roma num Simpósio.
"Juntos – explicou o purpurado – devemos ser
promotores da Doutrina social católica, instrumento privilegiado de evangelização
e recurso principal para animar a Igreja local, as comunidades cristãs e os movimentos,
inclusive não-católicos."
"Até mesmo dentro da situação privilegiada existente
na Europa não podemos ignorar a pobreza escandalosamente grande e, infelizmente crescente,
dentro de muitos países – acrescentou o prelado ganense, que recordou aos presentes
a dimensão dramática da chaga da pobreza no Continente europeu."
"Segundo dados
de 2009, 85 milhões de pessoas – ou seja, 17% da população europeia – vivem abaixo
da linha da pobreza, manifestando, na Europa como em outros lugares, a injustiça de
um mundo no qual vivem pessoas imensamente ricas e pessoas desesperadamente pobres."
Em
seguida, o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz identificou no desemprego
"a principal causa de exclusão social", porque "é intolerável que o número dos desempregados
continue crescendo (23.127.000 em maio de 2010), ao tempo em que os trabalhadores
pobres, ou seja, aqueles que não ganham o bastante para ter uma vida digna, são, na
União Europeia, 15.000.000 (correspondente a 8%).
Em relação às revoltas em
andamento no norte da África, o Cardeal ganense observou que "os países europeus não
estão suficientemente preparados para gerir situações como as da Líbia, do Egito e
da Tunísia", e reiterou a necessidade de se "garantir o justo acolhimento a todo e
qualquer ser humano, especialmente necessitado, assegurando o necessário tanto aos
habitantes locais quanto aos refugiados que chegam, a fim de que todos vivam de modo
digno e pacífico".
De fato, para o purpurado africano "a ética desempenha um
papel essencial também em âmbito econômico", e "a economia tem uma profunda necessidade
de ser renovada à luz da Doutrina Social da Igreja. Devemos despertar no povo de Deus
a consciência da sua missão hoje. Assim se verificará o progresso das nações mais
pobres e a justiça social em nível internacional". (RL)