NOVA EVANGELIZAÇÃO ESTÁ NO CENTRO DAS DISCUSSÕES PARA O SÍNODO 2012
Cidade do Vaticano, 04 mar (RV) As diretrizes para a XIII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos, que vai acontecer em outubro de 2012, no Vaticano,
foram apresentadas nesta sexta-feira, na sala de imprensa da Santa Sé. As linhas gerais
que vão nortear as discussões foram apresentadas pelo Arcebispo Dom Nikola Eterovic,
Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, que também assina o prefácio do documento.
O
texto tem pouco mais de sessenta páginas. Está divido em três capítulos que tratam
da urgência de uma Nova Evangelização, do dever e dos desafios de evangelizar, e dos
possíveis cenários da Nova Evangelização do cristianismo moderno.
Mas o foco
central, definido por Bento XVI, é o conceito da Nova Evangelização e os desafios
da Igreja diante das mudanças pelas quais o mundo está se transformando cada vez mais
em um planeta globalizado, conectado. Grandes distâncias encurtadas com um simples
clique. Ao mesmo tempo que as fronteiras físicas parecem cada vez mais existir só
nos mapas, o mundo se depara com uma crescente falta de perspectivas.
A revolução
tecnológica marcou a passagem dos séculos XX para XXI e entra nessa primeira década
aparece como a solução mais cotada para todos os problemas da humanidade, sobrepujando
a fé. A nova geração, nata neste período transitório, tem aptidão para lidar com todos
os aparatos eletrônicos e dispositivos tecnológicos das mais variadas vertentes. Enquanto
isso, as pessoas de mais idade tentam ainda encontrar um lugar nesse mundo em que
o real nem sempre é virtual mas o virtual esforça-se a tornar-se real.
As instituições
que não acompanham o novo ritmo dos acontecimentos mundiais estão em risco de serem
automaticamente excluídas do contexto social, econômico, político e religiosos dos
dias futuros.
Nas diretrizes apresentadas nesta sexta-feira, a Igreja parece
ter se antecipado à revolução tecnológica. Nas linhas gerais da Nova Evangelização
para a Transmissão da Fé Cristã, há uma citação dita pela primeira vez há quarenta
anos, no Concílio do Vaticano II: “A humanidade vive um período novo da sua história,
caracterizado por profundas mudanças e rápidas transformações que progressivamente
se estendem para todo o universo”.
O termo Nova Evangelização, destaca o texto
apresentado hoje, foi introduzido pelo Papa João Paulo II, em 1979, durante a visita
apostólica à Polônia. Dois anos mais tarde, João Paulo II resumiria o conceito como
“sinônimo de renascimento espiritual da vida de fé das igrejas locais, início de percursos
de discernimento das mudanças que afetam a vida cristã nos diferentes contextos culturais
e sociais, releitura da memória da fé, assunção de novas responsabilidades e novas
energias em vista de uma proclamação alegre e contagiante do Evangelho de Jesus Cristo”.
Por
fim, o documento destaca que a Mãe de Cristo é invocada como a estrela da Nova Evangelização
e, para comunicar essa Nova Evangelização, cabe a pergunta do apóstolo Paulo. “Como
acreditarão (…) se ninguém o anuncia? (RB)