Abidjan, 04 fev (RV) – “No momento não se ouvem mais tiros provenientes dos
bairros de Abobo e Adjamé, em Abidjan, onde se enfrentam as forças de segurança fiéis
ao Presidente Laurent Gbagbo, que deixa o poder, e os ex-rebeldes das Forças Novas
próximas ao Presidente eleito Alassane Ouattara”. É o que afirmam à Agência Fides
fontes da Igreja local, da capital econômica da Costa do Marfim. Outras fontes assinalam
confrontos nos bairros localizados no sul de Koumassi. Abobo, considerada fortaleza
dos partidários de Ouattara, se encontra no norte. Os confrontos obrigaram a maior
parte dos habitantes dos dois bairros a deixar suas moradias.
“Pelo menos
3 paróquias de outros bairros de Abidjan acolheram os deslocados provenientes dos
bairros onde se encontram os partidários de Gbagbo e os de Ouattara” – referem as
fontes de Fides. “O número dos deslocados varia de poucas dezenas a cerca de 500 pessoas
por paróquia”. No entanto, afirmam as mesmas fontes, melhora a situação das pessoas
acolhidas desde 16 de dezembro na Paróquia de Santa Teresa do Menino Jesus de Duékoué,
na diocese de Man, cujo número desceu de 15 mil para 6 mil. O Papa Bento XVI enviou
uma soma de dinheiro para ajudar na assistência dessas pessoas.
O confronto
político e institucional está criando um impasse devastador sobre a economia nacional.
Como refere as fontes de Fides “quase todos os bancos estão fechados, impedindo aos
cidadãos de retirar suas economias para as necessidades diárias. O embargo sobre a
venda de cacau marfinense pela União Europeia, como forma de pressão para obrigar
Gbagbo à demissão, está fazendo sentir seus efeitos. Alguns produtores marfinenses
são obrigados a vender abaixo do preço a colheita de cacau em Burkina Faso, de onde
vem para depois ser enviado à Libéria ou ao Gana para chegar aos mercados internacionais”.
(SP)