APRESENTADAS LINHAS-MESTRAS PARA SÍNODO DE 2012: IGREJA CHAMADA A ALARGAR HORIZONTES

Cidade do Vaticano, 4 mar (RV) - "Uma resposta adequada aos sinais dos tempos", "a promoção de uma cultura mais profundamente radicada no Evangelho": essa é a nova evangelização. Assim a define as "Lineamenta" (linhas-mestras) do Sínodo Geral dos Bispos, programado para outubro de 2012 sobre o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

As linhas-mestras, redigidas pela Secretaria Geral e pelo Conselho ordinário do Sínodo, foram publicadas em língua latina, italiana, francesa, espanhola, portuguesa, inglesa, alemã e polonesa, e apresentadas na manhã desta sexta-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé.

Subdivididas em três capítulos – além da introdução e da conclusão – as Lineamenta são enviadas ao Sínodo dos Bispos das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, às Conferências episcopais, aos organismos da Cúria Romana e à União dos Superiores Gerais.

De fato, as linhas-mestras para a XIII Assembleia Sinodal sobre a Nova Evangelização foram apresentadas esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelos Secretário-geral e Subsecretário do Sínodo dos Bispos, respectivamente, o Arcebispo Nikola Eterović e Mons. Fortunato Frezza.

"Também hoje os cristãos são chamados a dar razão da esperança que está neles": foi o que frisou Dom Eterović, que ressaltou os desafios e oportunidades existentes na nova evangelização. O prelado reiterou, em primeiro lugar, que o anúncio do Evangelho diz respeito à natureza da própria Igreja:

"Toda a Igreja é missionária por sua natureza. Existe para evangelizar. Para desempenhar tal tarefa de modo adequado, a Igreja começa com o evangelizar a si mesma. Ela se reconhece além de agente, fruto da evangelização, convencida de que o ator principal é Deus que a conduz na história por meio do Espírito de Seu Filho Unigênito Jesus Cristo."

A Igreja, portanto, é chamada à "revitalização do próprio mandato evangelizador", sobretudo diante das transformações do mundo atual. E reiterou como a Igreja é chamada "a alargar os horizontes" com renovado impulso:

"O testemunho cristão deve ser privado e público, abraçar o pensamento e a ação, a vida interna das comunidades cristãs e o seu impulso missionário, a sua ação educacional, a atividade caritativa, a sua presença na sociedade atual, para comunicar-lhe o dom da esperança cristã."

A nova evangelização deveria permitir aos fiéis superar os temores diante dos desafios atuais e "colocar a questão de Deus no centro da vida dos homens de hoje, indo ao encontro de suas esperanças e ansiedades" – prosseguiu Dom Eterović. Em seguida, respondendo aos jornalistas, afirmou que se muitas pessoas se distanciam de Deus, a Igreja deve também interrogar-se sobre suas responsabilidades:

"A Igreja que evangeliza deve ser ela mesma evangelizada; isso significa também purificada, viver essa alegria do Evangelho para ser mais atrativa aos outros. É uma tarefa ingente, sempre atual, que nós com as nossas forças não podemos cumprir: devemos ter a graça do Espírito Santo que nos fortifique e revigore."

Ademais – acrescentou – é necessário que os cristãos anunciem o Evangelho com alegria, para que sejam realmente convincentes. Por fim, o Secretário-geral do Sínodo ressaltou como as novas mídas são importantes para promover a nova evangelização:

"Um dos grandes desafios da Igreja, em particular da nova evangelização, são os meios de comunicação: muitas possibilidades, inclusive como convite à Igreja a servir-se mais e melhor para anunciar a alegria do Evangelho, a Boa Notícia." (RL)